A polissemia do item lexical ‘cartão’ na ótica da Linguística Cognitiva e suas redes de sentido inerentes

Abstract

Este trabalho insere-se na perspetiva da Linguística Cognitiva sob o descurtino da polissemia. Tem como finalidade analisar a polissemia do vocábulo ‘cartão’ em termos lexicográficos e da linguagem em uso. Por isso, através de um corpus linguístico, primeiramente, dicionarístico, discutem-se os sentidos enformadores do item a partir do seu protótipo. De seguida, tenta-se examinar através das primeiras 1000 ocorrências da plataforma CETEMPúblico os mútiplos sentidos que a palavra encerra numa ótica da linguagem experiencialista. Serve-se das análises empreendidas para a elaboração de duas propostas de redes de sentido das quais concluímos categoricamente que (i) a análise lexicográfica é mais restritiva enquanto a da linguagem em uso é mais produtiva e dinâmica; (ii) dois são os principais mecanismos concetuais envolvidos na construção desses sentidos múltiplos – a metáfora e a metonímia, sendo a primeira por similaridade e a segunda por contiguidade.

Variação e Ensino de Português no Mundo: Variation et Enseignement de Portugais Dans le Monde

“…Para o tratamento de fenômenos linguísticos, a proposta (em seu primeiro eixo) comunga com diversas abordagens do ensino de gramática (cf., por exemplo, BASSO;OLIVEIRA, 2012;GERHARDT, 2016;QUARENZEMIN, 2016;PILATI, 2017;MAIA, 2019;ROEPER;MAIA;PILATI, 2020; dentre diversos outros) que entendem ser fundamental ativar o conhecimento internalizado dos alunos, adquirido naturalmente nas atividades linguísticas cotidianas (gramática internalizada, implícita), de modo a construir, por meio de atividades epilinguísticas e metalinguísticas (Cf. FRANCHI, 2006[1987), o conhecimento gramatical.…”

“…For the treatment of linguistic phenomena, the proposal (in its first axis) shares with various approaches to teaching grammar (cf., for example, BASSO;OLIVEIRA, 2012;GERHARDT, 2016;QUARENZEMIN, 2016;PILATI, 2017;MAIA, 2019;ROEPER;MAIA;PILATI, 2020; among several others) who understand that it is essential to activate the internalized knowledge of students, acquired naturally in daily linguistic activities, in order to build, through epilinguistic and metalinguistic activities (FRANCHI, 2006(FRANCHI, [1987), grammatical knowledge. These are, therefore, practices that allow for the explicit elaboration of what is implicitly known, configuring, in this sense, a metacognitive approach, which reaches its maximum success in the linguistic pattern systematization stage, which, in turn, accommodates categorical and variable rules.…”