O que é psicologia? O que é social? Ou, ainda, o que é psicologia social? Questões aparentemente simples de serem respondidas, mas que possuem uma infinidade de respostas possíveis. Afinal, há várias abordagens teóricas, métodos e práticas que se dizem psicossociais.Apesar de admitirmos a existência de muitas vozes, poucas vezes nos prestamos a dialogar, a discutir, a contrapor nossas ideias com as daquelas(es) que fazem "outras" psicologias sociais. No geral, segmentamos aquilo que já é segmentado. Se a psicologia social é uma "parte" da psicologia, pegamos essa parte e a dividimos em várias partes menores: a psicologia social comunitária, a do trabalho, a das instituições, a construcionista, a psicanalítica, a cognitivista, a crítica, a das teorias das representações sociais... Cada uma com seus posicionamentos, com suas técnicas, com seus métodos. Cada uma "no seu quadrado".Ao longo da história, tivemos alguns "incidentes críticos" que romperam essas fronteiras e trouxeram à tona o debate sobre o que é psicologia social (COR-DEIRO; LOPES, 2009). Isso aconteceu, por exemplo, no início dos anos 2000, quando o Conselho Federal de Psicologia (CFP) decidiu criar um título de especialista em psicologia social, definindo-a como a área da psicologia que "atua fundamentada na compreensão da dimensão subjetiva dos fenômenos sociais e coletivos, sob diferentes enfoques teóricos e metodológicos, com o objetivo de problematizar e propor ações no âmbito social" (Resolução 05/2003, p. 1-2).De acordo com Esther Arantes (2005), a instituição desse título de especialista gerou debate não somente sobre os aspectos normativos e burocráticos do exercício da profissão, mas levantou uma série de questões, como: a psicologia social trata da discussão subjetiva dos fenômenos sociais, da dimensão social do subjetivo ou da aplicação e investigação da psicologia em uma perspectiva social?