Com o reconhecimento e ampliação da agroecologia, ganham relevância os estudos sobre experiências que visam à transição agroecológica. Este artigo analisa aspectos sociais e técnicos em processo que visou à produção orgânica do café no Leste de Minas Gerais. Apoiando-se na abordagem da transição agroecológica e na perspectiva orientada ao ator (POA), analisou-se as ações implementadas, seus resultados, limitações e avanços. O estudo identificou um enfoque mais focado na conversão orgânica, em detrimento de um processo de transição agroecológica, e evidenciou queda acentuada na produtividade do café, com a retirada da adubação química sem uma adequada substituição, além de dificuldades em viabilizar a comercialização, com consequente perda de renda e desestímulo dos agricultores. Por outro lado, revelou o aumento de práticas sustentáveis e iniciativas de organização socioeconômica na agricultura familiar. Em termos estratégicos, identificou aprendizados acerca da construção de mudanças integrando produção, organização e mercado, a partir dos atores sociais locais.