Resumo: A dor crônica (DC), pode ser caracterizada pela persistência da queixa acima de três meses do tempo tido por habitual de cura da lesão, ou ainda está associada aos processos crônicos. Diante disso, o presente relato de experiência tem por objetivo descrever a experiência vivenciada no manejo da dor crônica na USF Alto do Céu Integrado, no município de João Pessoa, durante a Residência Multiprofi ssional em Saúde da Família e Comunidade, no contexto da pandemia de Covid-19, no período de abril de 2020 a dezembro de 2021, como forma de fomentar a discussão para aperfeiçoamento do cuidado integral ao indivíduo. Com relação as consultas multiprofi ssionais, muitas vezes elas não eram aconselhadas, quer fossem por motivos técnicos, ou devido à alta demanda de sintomáticos respiratórios dentro da unidade e o risco de contaminação. E percebeu-se uma agudização dos casos de dores relacionadas ao sistema musculoesquelético, com busca crescente por atendimen-tos de fi sioterapia. Entretanto, devido a precarização estrutural da unidade, o aumento do número de casos de Covid-19 e as restrições sanitárias, eram necessários constantes encaminhamentos aos serviços ambulatoriais. De acordo com os relatos, a auriculoterapia mostrou-se efi caz na promoção da qualidade de vida dos usuários, não só com melhoras das queixas associadas a dor crônica, como também o próprio alívio ou cessão dela. Além disso, serviu como paliativo até que o serviço de regulação encontrasse vaga nos atendimentos ambulatoriais. Porém, ainda havia uma crença resistente em modelos biomédicos como solução para o manejo da dor, que aumentava de acordo com a maior vulnerabilidade social e falta de conhecimento. Por fi m, para melhorar o entendimento da origem e permanência da dor no usuário, foi preciso aprimorar a integralidade do cuidado, principalmente no que diz respeito a escuta qualifi cada, sendo o atendimento multiprofi ssional a forma que mais adequava para que isso acontecesse.