A resiliência na tipografia digital: Interações propiciadas por programas generativos

Abstract

This article aims to describe the ephemeral qualities that typography acquires in the digital context, caused by the polyvalence of the algorithmic code, which, from generative programming, allows the user to interact with the typographic object. These reflection are realized through the study of four projects: "Lettree" (2004( ), "Pyrographie" (2005, "Falling in Love" (2016) and "He liked Thick Word Soup" (2014). The observations were made by drawing a comparison between the concept of "matter" in the computational scenario proposed by the design philosopher Vilém Flusser (2015) and the quality of "fluidity" observed in the images created by digital generative programs.Keywords: Typography; Interaction; Generative Systems; Design; Resilience. IntroduçãoA tipografia em ambientes totalmente digitais tem características distintas das encontradas no meio impresso ou físico -é um objeto fluido, já que seu movimento está associado ao suporte no qual se encontra. Essas características são, em parte, atribuídas a sua intangibilidade, pois só podem ser tocadas e manipuladas através de interfaces que propiciam essa mediação entre o mundo físico e o mundo algébrico.Segundo Smeijers (1996, p.183), a evolução da computação permite a transformação da tipografia que passa de fixa no suporte físico, para móvel e ágil no suporte digital, e, deste modo, possibilita uma variedade de comportamentos.Com isso, os objetivos deste artigo são: discutir como essa fluidez e efemeridade, presentes na tipografia digital podem, por meio do algoritmo generativo, promover a interatividade, e, entender qual o potencial da resiliência da tipografia em transparecer as mensagens por meio da interação do usuário com o caractere ou a frase, e não mais apenas pelo texto que ela abriga. MetodologiaOs procedimentos metodológicos adotados nesta pesquisa envolvem o entendimento da conceitualização de "matéria" presente no ambiente computacional, proposto por Vilém Flusser (2015), e a discussão conceitual do que é um programa. Em uma segunda etapa, seguir-se-á relacionando o programa com os sistemas generativos no ambiente computacional. O intuito será esclarecer qual é a relação entre o código e as interações tipográficas e quais são as qualidades resilientes do tipo nesse meio. Foram escolhidos quatro projetos disponíveis na internet para essa análise, realizados tanto para o computador quanto para dispositivos móveis, são eles: "Lettree" (2004) Tipografia um elemento dinâmicoA tipografia no ambiente impresso sempre esteve associada a algo estático, pois nesse meio ela adquire as características físicas do suporte, e, se materializa a partir do momento em que o pigmento se impregna na folha de papel e preenche sua forma, permanecendo imóvel e imutável até a degradação desse material ao qual foi confinada. Nas interfaces gráficas digitais, o desenho do tipo deixa sua relação com a matéria pigmento, para entrar em uma nova relação com a matéria luz. Com os formatos digitais a tipografia deixa sua existência palpável para transformar-se em bits (...