<p>Os estudos de imigração nas Ciências Sociais de São Paulo estiveram presentes desde a institucionalização do ensino superior. Não apenas nas pesquisas levadas a cabo no Estado, mas em todo o país, deve-se ressaltar a contribuição de Emilio Willems. Seu programa de pesquisa se firmou como um modelo a ser seguido ou uma perspectiva teórica, compreendidos nele a preocupação geral com a mudança cultural por meio da teoria da aculturação e os conceitos de assimilação e integração. Embora esse grande paradigma somente tenha vindo a ser substituído nas Ciências Sociais brasileiras a partir da década de 1970, com o surgimento de estudos ligados à etnicidade e ao pluralismo étnico, já na década de 1960 emerge uma perspectiva teórica alternativa,<br />ainda preocupada com a mudança cultural, mas rejeitando a teoria da aculturação. Essa visão alternativa e crítica surge na Universidade de São Paulo, pelas mãos de Eunice Durham. O artigo advoga que essa ruptura é semelhante (e na verdade guarda causas em comum) à ruptura sofrida pelos “estudos de comunidade”, também introduzidos por Willems, mas contrastados com um modelo alternativo, por alunos de Florestan Fernandes, preocupados com o desenvolvimento da sociedade capitalista no Brasil e com a formação da sociedade de classes</p>