Resumo O artigo analisa práticas educativas vivenciadas por mulheres da família Spínola Teixeira no período de 1885 a 1950. Influente econômica, social e politicamente no Alto sertão da Bahia e no Estado, essa família se projetou nacionalmente pela atuação de Anísio Teixeira no desenvolvimento educacional brasileiro na primeira metade do século XX. Analisamos as correspondências pessoais produzidas pela matriarca Anna Spinola Teixeira (1864-1944) e suas seis filhas, dialogando com os estudos em História da Educação, História da Leitura e História das Culturas do Escrito. Identificamos o papel ativo das mulheres em práticas educativas não institucionalizadas: se informavam sobre política e atualidades pela leitura de jornais e revistas; enviavam esses impressos para as irmãs e sobrinhas/os de outras localidades; instruíam seus irmãos e irmãs no ambiente doméstico; acompanhavam o desenvolvimento escolar dos familiares e noticiavam pelas cartas os progressos e desafios profissionais e educacionais, constituindo uma complexa rede de sociabilidade.