A Territorialização Na Prática Da Atenção Primária À Saúde

Abstract

O módulo PIESC, Práticas de Integração, Ensino, Serviço e Comunidade, da Universidade Estadual de Feira de Santana, centra-se em ações acadêmicas que tentam para além de aproximar, incluir, os estudantes à realidade de saúde de uma dada comunidade. Durante o primeiro ano de graduação em Medicina o acadêmico entra em contato precoce com a realidade da Atenção Primária (AP), oportunizando-o conhecer e manejar os principais problemas de saúde aventados pela própria população adstrita através do processo de territorialização. A territorialização é uma etapa primordial para a caracterização descritiva e analítica das populações humanas e de seus problemas de saúde. Sendo essencial para o processo de planejamento em saúde. Por meio deste trabalho procurou-se descrever o processo de territorialização realizado pelos acadêmicos, em colaboração com os profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) Homero Figueiredo, para a construção do modelo de assistência à saúde prestada à população do bairro Gabriela, do município de Feira de Santana. Trata-se de um relato de experiência do processo de territorialização realizado pelo grupo de nove alunos durante o módulo PIESC em 2017. Através desse processo obteve-se o produto final, o mapa físico, onde foi possível identificar área coberta e descoberta pela assistência UBS, os principais Determinantes Sociais da Saúde (DSS) locais que oferecem risco a saúde da comunidade, como terrenos abandonados com acúmulo de resíduos sólidos, a identificação de nascente totalmente desprotegida muito próxima a área residencial, fatores agravantes na disseminação das arboviroses e limitantes para a preservação ambiental. Sendo assim, o processo de territorialização é importante para os gestores, agentes de saúde, toda a comunidade de determinada microárea e na formação dos profissionais de saúde, pois auxilia no planejamento das ações e na tomada de decisões pela equipe de saúde.

A importância dos profissionais de Psicologia na Estratégia Saúde da Família: a experiência de uma psicóloga residente

“…A territorialização permite a inserção dos profissionais na comunidade pelo reconhecimento do espaço vivo, com suas muitas transformações, diversas histórias, afetos, conflitos, aspectos sociais, econômicos, culturais e espirituais. 10,11 Considerar o território de atuação é primordial, pois produz conhecimento sobre a população adscrita na localidade, permitindo identificar os Determinantes Sociais de Saúde (DSS) existentes. 11 De fato, a equipe de residência se inseriu no cenário de prática realizando tais reconhecimentos, compreendendo que o território se organiza em articulação com a estrutura de saúde do município e com os modos de vida dos sujeitos que ali residem.…”

“…10,11 Considerar o território de atuação é primordial, pois produz conhecimento sobre a população adscrita na localidade, permitindo identificar os Determinantes Sociais de Saúde (DSS) existentes. 11 De fato, a equipe de residência se inseriu no cenário de prática realizando tais reconhecimentos, compreendendo que o território se organiza em articulação com a estrutura de saúde do município e com os modos de vida dos sujeitos que ali residem. Para realizar qualquer intervenção em saúde, é importante compreender quais as necessidades de saúde dos sujeitos atendidos e como essas necessidades estão relacionadas aos DSS, possibilitando resultados mais abrangentes e significativos.…”

“…Ele envolve outras questões, que se relacionam com as condições de vida de cada sujeito e com as formas em que o território pode influir nesse processo. 1,7,10,11,12 Por isso, o caminhar pelo território, sensível às diversas realidades, é uma atividade estratégica para os profissionais da APS.…”

“…Com base nesse pressuposto, foi possível perceber que as ações de reconhecimento das necessidades da população ampliaram o olhar dos profissionais que iniciaram seu processo de trabalho, condição necessária para uma atuação adequada às particularidades do território. 10,11 Nesse sentido, espera-se que o psicólogo recorra à sua própria sensibilidade e capacidade de interpretação da subjetividade humana, buscando um olhar mais profundo para compreender as diversas facetas que constituem o sujeito, abrindo caminhos para transformações. Por meio deste olhar ampliado, é possível que o psicólogo vá além dos atendimentos individuais, utilizando estratégias que acolham demandas manifestadas pelos sujeitos e sejam instrumentos de transformações.…”

“…Essas observações são importantes para o futuro da Psicologia na APS, pois é fundamental que o psicólogo compreenda as diferenças e especificidades de cada área de atuação, a fim de que as intervenções sejam mais adequadas e significativas para o que se propõem. 10,11,13,32 Ao longo do tempo, as necessidades dos territórios e o trabalho multiprofissional foram demandando intervenções do psicólogo, com mais ênfase na APS, originadas em dificuldades emocionais manifestadas em atendimentos de outros profissionais, ou por encaminhamentos de outros setores de políticas públicas. 16,32 Participar das ações de intervenção em saúde proporcionou a compreensão do trabalho da Psicologia, no contexto da ESF, realçando a importância da abertura para um olhar subjetivo.…”