Introdução: a Ciência da Nutrição funda-se sob o paradigma médico cartesiano, baseado na visão biologicista, intervencionista e centrada no especialista. O nutricionista, em sua prática clínica atua de modo prescritivo, punitivo e, configura-se como maneiras de controlar o paciente. Percebe-se atualmente, outras formas de abordar o paciente, da relação entre especialistas e leigos e de praticar a Nutrição Clínica que interessam a esse estudo. Objetivo: esse artigo promoveu uma reflexão crítica de práticas atuais na nutrição clínica. Método: estudo conceitual realizado a partir de uma revisão bibliográfica com autores das áreas da Nutrição e Ciências Humanas e Sociais, com foco na teoria de Michel Foucault, em especial, nos seus conceitos de controle de si e cuidado de si. Resultados: os autores mobilizados alertam para uma crise nas abordagens prescritivas, intensificando a falta de adesão dos interagentes e resultados ineficazes. Entretanto, a atuação do Nutricionista tende a ter maior relevância, visto que as doenças crônicas não transmissíveis ligadas à alimentação aumentam vertiginosamente. Nesse cenário, há diversos fatores que contribuem para a manutenção dessa crise como: a mídia, a cultura da dieta, o sistema agroalimentar e as políticas que atuam como mecanismos de poder e controle. Conclusão: Existem modelos alternativos ao paradigma hegemônico que estabelecem uma relação baseada no cuidado e se fundamentam em princípios como: autonomia, respeito às individualidades e subjetividades e ao papel ativo do interagente, ao profissional cabe ser o facilitador do processo. É imprescindível o desenvolvimento de habilidades e competências humanas não contempladas nos cursos de graduação.