No ano de 2015, em um contexto de fechamentos de escolas rurais e discussão local sobre educação, populações tradicionais do Vale do Ribeira-SP (quilombolas, indígenas, caiçaras, caboclos e ribeirinhos) foram protagonistas no ciclo de audiências públicas sobre educação escolar diferenciada que ocorreu na região. As principais falas se organizaram em torno de reivindicações por uma educação escolar diferenciada e de denúncias sobre problemas infraestruturais, de transporte, merenda, etc. que comprometem a permanência dos alunos. Assim, visando contribuir para o processo de divulgação das falas e diagnósticos apresentados pelas comunidades e analisar os formatos de tal mobilização, busco explorar neste artigo as audiências públicas. A preocupação recai em apresentar as potencialidades e limitações registradas neste formato de participação coletiva para a construção de uma narrativa de luta.