Introdução: Ao longo do rio Doce, existem comunidades que sobrevivem dos seus recursos naturais. Tem-se que, ao depender desses recursos, qualquer impacto ao longo do rio traz consequências a essas comunidades. Objetivos: Identificar algumas das consequências geradas pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015, destacando as vulnerabilidades vividas pela população ribeirinha, focando se houve mudanças relacionadas à saúde dessa população. Métodos: Utilizaram-se dados primários e secundários. Os primários foram coletados nos municípios capixabas ao longo da calha do rio Doce, por meio de questionários semiestruturados aplicados as comunidades pesqueiras, buscando caracterizar o perfil socioeconômico e entender alguns dos impactos. Os dados secundários foram extraídos do DataSUS e do Atlas de Mortalidade por Câncer do Instituto Nacional do Câncer, buscando avaliar a relação entre o desastre de Fundão e as doenças na população. Foram usados métodos da estatística descritiva para analisar os resultados. Resultados: Identificaram-se algumas vulnerabilidades anteriores ao desastre, como a baixa porcentagem de coleta de esgoto, bem como dificuldades enfrentadas após o rompimento, como a rejeição do pescado pela população, que resultou no abandono da atividade por mais da metade dos entrevistados, além da redução da renda. Observou-se o aumento de doenças no sistema respiratório, na epiderme, no sistema digestivo e emocional e falta de acesso a unidades de saúde. Conclusão: Mostrou-se que houve aumento da vulnerabilidade após o rompimento, e indica-se a necessidade de mais estudos na área de saúde, uma vez que houve o aumento de algumas doenças após 2015.