A lógica capitalista pressupõe a mercantilização da vida, da natureza e dos conceitos. Tanto que o próprio conceito de desenvolvimento e suas diferentes denominações: econômico, humano e sustentável, dentre outros, apresenta como limite essa lógica, uma vez que esses movimentos de teorizações trazem no seu bojo e ideia de produção, extrativismo, consumo, renda e lucro. Nesse contexto, nas últimas décadas, na América Latina surgiram propostas conceituais de mudanças que apresentam caminhos para uma transformação civilizatória. O sumak kawsay, o Bem Viver, é uma visão de mundo que se pauta pela força dos povos do Sul, os mesmos que foram marginalizados na História. Não implica numa proposta acadêmico-política, mas na possibilidade de aprender realidades, experiências, práticas e valores presentes em muitas partes nesse momento em meio à civilização capitalista. O Bem Viver pode ser percebido como uma dessas propostas alternativas ao conceito de desenvolvimento, estando orientada por princípios diferentes dos que propagam o capitalismo. Desse modo, esse conceito tem sido apropriado no universo das pesquisas acadêmicas ainda que essa não seja sua proposta inicial. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi identificar o que foi publicado sobre 'Bem Viver' por parte de pesquisadores brasileiros, no período de 2017 a 2019. Para tanto realizamos uma revisão de literatura, de cunho historiográfico, a partir de 8 periódicos, sendo 7 em língua portuguesa e 1 na língua inglesa. A metodologia se enquadra em revisão de literatura de cunho historiográfico. A pesquisa dos artigos foi realizada no período de março a maio de 2020, no Portal de Periódicos da CAPES. Selecionamos apenas os artigos que continham 'Bem Viver' no título na língua portuguesa, desenvolvidos por pesquisadores brasileiros. Em linhas gerais podemos afirmar que 2017 foi um ano preponderante na apropriação da temática no Brasil.