Apresento, neste artigo, uma perspectiva etnográfica como embasamento para a pesquisa sobre escrita acadêmica e também para o ensino de escrita acadêmica. Para isso, inicialmente, confronto essa perspectiva com a tradição de pesquisas e de ensino de escrita embasada em teorias textuais e discursivas, que é a predominante no contexto brasileiro. Em seguida, apresento diferentes possibilidades de se usar a etnografia na pesquisa sobre escrita acadêmica, mostrando seus ganhos e limites, e defendo a possibilidade de se assumir a etnografia como teoria, como perspectiva de análise da linguagem. A noção de indexicalização é fundamental nessa abordagem proposta. Finalmente, apresento consequências para um ensino de escrita também embasado em uma perspectiva etnográfica como teoria.