Algumas estratégias de (auto) tratamento do autista

Abstract

Resumo Este artigo aborda o investimento do gozo nas bordas-o recurso a um objeto autístico, a um duplo ou a uma ilha de competência-como estratégia de autotratamento do autista que pode viabilizar tanto o trabalho auto-terapêutico quanto o manejo do tratamento pelo analista. Descritores: psicanálise; autismo; borda; gozo; tratamento.

El psicoanálisis como terapia en el autismo: revisando la literatura

“…Vorcaro (2016, citado por Santos, 2020, seguindo um raciocínio teórico similar à de Thomas, acredita que o diagnóstico infantil, por vezes, é um equívoco, já que a constituição psíquica da criança está em formação. Marina Bialer (2014) através dos seus trabalhos, evidencia a importância da escrita como terapêutica na vivência do autista. Por meio da escrita, faz-se borda ao corpo, sendo permitido inscrever as vivências no registro simbólico e dando ao autista a possibildade de entrar no laço social através do compartilhamento de suas vivências.…”

“…De tal forma, defendem o ponto de que o que deve ser tratado no autismo é o deslocamento dessas excitações para que o simbólico possa se inscrever, estabelecendo assim, o laço social. Bialer (2014, citado por Santos, 2020 sugere que o tratamento deve ser feito com enfoque nas estratégias particulares que são criadas pelos próprios autistas, enfatizando a necessidade do analista de valorizar as soluções singulares inventadas por cada sujeito e argumentando que o analista pode potencializá-las a partir do laço transferencial, exercendo essa potencialização por meio de uma atuação amena e não invasiva que seja capaz de limitar o gozo invasivo. Azevedo e Nicolau (2017, citado por Santos, 2020) seguem uma linha de pensamento similar e ressaltam que a clínica psicanalítica do autismo é uma clínica possível, devendo visar à singularidade do sujeito.…”

Um olhar psicanalítico acerca do autismo

“…A temática das autobiografias foi presente em 8 artigos, todos produções da autoria de Marina Bialer (2014a;2014b;2014c;2014d;2014e;2015a;2015b;. A autora escreve sobre a exposição de autobiografias de autistas a fim de explicar especificidades do funcionamento psíquico dos autistas, além de mostrar a viabilidade desses indivíduos em desenvolver capacidades psíquicas por meio da escrita e do que ela lhes proporciona.…”

Pathos, singularidade e gramáticas de reconhecimento - efeitos de sujeito no autismo

“…Por meio do investimento nas bordas, salienta Bialer (2014), a construção do objetoborda e do outro-duplo-borda pode permitir ao autista concretizar uma estratégia autística para 83 incorporar um traço, uma característica do outro. Para a autora, isto se dá por meio de uma identificação imaginária desse outro e da extração de um objeto-gozo desse outro.…”