Esse ensaio clínico randomizado avaliou uma pasta medicamentosa intracanal à base de Ca(OH)2 e Aloe vera em dentes necrosados com lesão periapical. Sessenta e quatro dentes, de 60 pacientes, foram divididos de acordo com a medicação intracanal utilizada: Controle (Ca(OH)2 e soro fisiológico), e experimental (Ca(OH)2 e Aloe vera). Foi realizado instrumentação endodôntica e inserção da medicação intracanal de acordo com o grupo. Após 15 dias, os dentes foram obturados e restaurados. A sintomatologia pós-operatória foi avaliada seguindo uma escala de dor. A avaliação clínica e radiográfica foi realizada aos três, seis e nove meses pós-tratamento. Os tratamentos foram classificados em sucesso (os que apresentaram cicatrização parcial ou total) e insucesso. Para análise estatística de dor pós-operatória entre grupos foi utilizado o teste Mann-Whitney. A análise intragrupo utilizou o teste de Friedmann. Para avaliação do sucesso do tratamento, utilizou-se o teste qui-quadrado. Considerou-se significativo p< 0,05. Quarenta e oito pacientes, sendo um dente em cada, concluíram o estudo. Os valores da dor pós-operatória nos tempos 04 e 24 horas para significativos para o grupo Aloe vera (p<0,001), sem diferença estatística entre os grupos (p=0,307) no tempo de 48 horas. Após os nove meses, as taxas de sucesso foram de 95,8% para o grupo experimental e 83,3% para o controle, sem diferença significativa (p=0,348). A pasta de Aloe vera e Ca(OH)2 proporcionou remissão da dor pós-operatória, sem alterações clínicas e radiográficas significativas. Acredita-se que o Aloe vera pode ser um veículo alternativo para o hidróxido de cálcio como medicação intracanal.