O aleitamento materno tem benefícios amplamente conhecidos e defendidos. O Brasil avançou nas políticas públicas que incentivam a amamentação, mas ainda apresenta índices preocupantes, principalmente do aleitamento materno exclusivo (AME). Diversos fatores podem interferir nessa prática, como o emprego materno. O objetivo da pesquisa foi avaliar a relação do emprego e da licença maternidade na duração do AME em um município do Rio Grande do Sul. Estudo quantitativo transversal, realizado em sete Unidades Básicas de Saúde locais e por intermédio de Agentes Comunitários de Saúde. Usou-se de entrevista semiestruturada relativa a características sociodemográficas, do aleitamento materno e da ocupação da mãe. Os dados foram avaliados por testes de hipótese e razão de chances para comparar a duração do AME entre mulheres com e sem vínculo empregatício e entre grupos com diferente duração de licença maternidade. O perfil sociodemográfico das 73 entrevistadas foi heterogêneo. A média de amamentação entre mulheres que já haviam interrompido a prática e da duração do AME foram de aproximadamente quatro meses. Não houve diferença estatística da manutenção do AME entre mulheres com e sem emprego. Também não foi encontrada associação da prática com a duração da licença maternidade. Contudo, o trabalho materno foi indicado como uma das justificativas para a introdução alimentar precoce em vários casos, demonstrando que o emprego não interfere na amamentação isoladamente, mas as circunstâncias de trabalho podem ter relação com os achados. A duração do AME é permeada por inúmeros condicionantes, sendo o vínculo empregatício da mãe um deles. Conclui-se que as legislações trabalhistas precisam de ampliação e efetivo cumprimento para oferecer melhores condições às trabalhadoras para amamentarem. A rede de apoio formal e informal também são imprescindíveis, contribuindo para a saúde materna, infantil, à empresa e a sociedade como um todo.