O presente trabalho teve como objetivo analisar os impactos socioambientais e econômicos causados pela expansão da dendeicultura em propriedades de agricultores familiares, no polo Concórdia de produção de dendê, localizado no Nordeste do Estado do Pará. A abordagem metodológica utilizada foi quali-quantitativa, com levantamento de dados a partir de formulários semiestruturados que foram aplicados a uma amostra de 19 agricultores familiares previamente selecionados dentro da área de estudo. A análise dos dados coletados foi realizada por meio de estatística descritiva, com auxílio do programa SPSS versão 20.0., e permitiu apontar, neste estudo de caso, dificuldades na adequação do cultivo do dendê ao modelo de mão- de-obra familiar, bem como uma pequena participação da atividade na geração de renda das famílias. Além disso, foram identificadas situações que comprometem a saúde humana e o meio ambiente, a exemplo da disposição final inadequada de resíduos sólidos perigosos, provenientes das embalagens vazias e laváveis de agrotóxicos. Como benefícios dessa integração, constatou-se o aumento na assistência técnica e capacitação dos agricultores. Como resultados do estudo, verificou-se a necessidade de políticas que ofereçam aos agricultores alternativas econômicas ao dendê, e que sejam também capazes de promover o desenvolvimento socioambiental das comunidades envolvidas. Por fim, ressalta-se que apesar da perspectiva econômica da dendeicultura, ainda se faz necessário avaliar as condições estruturais nas quais os agricultores familiares se encontram sob a ótica da sustentabilidade e inclusão social, especialmente na região Amazônica.