Análise Das Mudanças Morfológicas Em Seções Transversais Ao Rio Macaé - Rj.

Abstract

ResumoO trabalho foi desenvolvido no rio Macaé, norte do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de analisar uma série de levantamentos das profundidades do canal realizados em seções transversais. Foram implantadas seis seções transversais no rio Macaé antes e após as confl uências com seus tributários rios Sana, D'Antas e São Pedro no médio/ superior, médio/baixo e baixo curso, e avaliados a partir da aplicação de parâmetros estatísticos propostos por Olson-Rutz & Marlow (1992) na análise das mudanças de área e forma das seções transversais. As medidas foram realizadas entre os meses de Outubro de 2007 e Março de 2012. Em todas as seções transversais, a morfologia do canal variou de acordo com os períodos de maior ou menor concentração de chuvas na região. Os valores dos percentuais, líquidos e absolutos, das áreas das seções transversais foram positivos indicando predominância de processos fl uviais de deposição no canal e os valores foram muito semelhantes entre as seções de anteriores e posteriores a cada confl uência, com exceção da confl uência com o rio São Pedro, onde as variações foram diferentes e mais acentuadas. Em todas as seções transversais, os valores de coefi ciente Gini, usado para avaliar a forma do canal, foram mais próximos de 0 (zero) indicando que a forma do canal Macaé tende a ser mais plano ou raso e mais amplo, com exceção da seção transversal localizada mais à montante do rio Macaé. Dessa forma, a avaliação das mudanças morfológicas do rio Macaé, para o período de monitoramento, apresentou comportamento e tendência dos processos fl uviais predominante de deposição para as seis seções transversais analisadas. AbstractThis work was developed in the Macaé channel, north of the Rio de Janeiro state, with the aim of analyzing the data from consecutive surveys of channel depths made in cross sections. Six cross sections were implanted in Macaé channel before and after the confl uence with the Sana, D'Antas and São Pedro Rivers in the medium/high, medium/ low and downstream, respectively, and applied statistical parameters proposed by Olson- Revista Brasileira de Geomorfologia

Modelagem hidrológica da bacia hidrográfica do Rio Macaé utilizando o MOHID Land

“…Envolto pelas cadeiras montanhosas da Serra do Mar, onde nasce com altitude aproximada de 1.600 metros, o Rio Macaé percorre 136 quilômetros até desaguar no Oceano Atlântico, próximo à cidade de Macaé (MARÇAL, 2013). Na Figura 1 está representada geograficamente a região de interesse, o Rio Macaé e seus afluentes principais, bem como os municípios pertencentes à bacia hidrográfica no Estado do Rio de Janeiro.…”

Abordagens Conceituais Contemporâneas na Geomorfologia Fluvial

“…No Brasil, apesar da existência de leis que dispõem sobre zoneamento e o ordenamento do uso e ocupação do território, inundações frequentes e problemas sociais graves relacionados à habitação e saneamento afetam, ainda nos dias de hoje, populações em diversos municípios. A exemplo dos rios da região norte do estado do Rio de Janeiro, onde o processo de uso e ocupação incorreu em diversos impactos diretos (modificações diretas no canal, como retificações e represamentos) e indiretos (atividades humanas realizadas fora da área dos canais, mas que modificam o comportamento do rio), resultantes de décadas de um modelo predominantemente de domesticação na gestão ambiental (MARÇAL, 2013;LIMA e MARÇAL, 2013;ASSUMPÇÃO e MARÇAL, 2012).…”

Hidrossedimentologica E Conectividade Do Rio Macaé, Norte Do Estado Do Rio De Janeiro, Brasil.

“…O arcabouço geológico condiciona o forte controle estrutural presente, principalmente nas áreas centrais da bacia, com inúmeros afloramentos rochosos, vales estreitos e inúmeras quebras ao longo do desenvolvimento do rio, assim como, a compartimentação geomorfológica. As áreas de ruptura, também chamadas de nick-ponts, propiciam a formação de áreas de retenção de sedimentos em forma de alvéolo em vales abertos, podendo ser considerados como um impedimento natural a transferência de sedimentos a jusante (MARÇAL, 2013 Conectado, onde não há muita transferência de sedimentos grosseiros de um trecho para o outro, em função da pouca disponibilidade de sedimentos a serem transportados; (4) Não Conectados, onde partes do canal funcionam quase independentemente um do outro, na medida em que ocorre falta de competência do fluxo e baixa propagação de efeitos entre uma parte e outra; (5) Desconectado, onde há presença de barreiras dentro do canal (naturais ou construídas) que impedem o movimento do fluxo.…”