Apesar de sua importância histórica e cultural, o conjunto arquitetônico da Lagoa da Pampulha, patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO, tem sofrido os impactos negativos do processo de urbanização desordenado sobre a qualidade de suas águas, comprometendo sua utilização para fins recreacionais. Considerando a demanda pelo uso recreacional das águas e os investimentos realizados em programas de recuperação desse ambiente aquático em meio urbano, este trabalho tem por objetivo avaliar a qualidade das águas para fins recreacionais de contato secundário das águas da Lagoa da Pampulha, com o intuito de se verificar os impactos dos programas de despoluição adotados. Apesar da divulgação na mídia de condições propícias para a prática das referidas atividades, os resultados do monitoramento das águas entre 2012 e 2018 demonstram que os pontos de monitoramento PV235 e PV240, influenciados por fatores sazonais, diluição e decaimento microbiano, estiveram em conformidade aos padrões em períodos restritos, enquanto o PV230 apresentou condições sistematicamente impróprias. Outros fatores de risco, associados às florações de algas, presença de S. mansoni em organismos transmissores, registros de casos de febre maculosa e população de jacarés, consistem em fatores impeditivos para a liberação de atividades como a pesca esportiva e iatismo.