Os resultados de pesquisas acadêmicas sobre a visitação em áreas protegidas mostram que não existe um “visitante médio” e que o oferecimento de diversidade de condições de visitação é crucial para que a ampla diversidade de públicos presente nestas áreas tenha suas expectativas atendidas. No Brasil encontram-se uma série de estudos avaliando o perfil demográfico dos visitantes de parques e outras áreas protegidas, mas estudos que avaliam preferências e motivações para a visita a estas áreas são mais raros. A estrutura de visitação primordial em áreas protegidas é a trilha de caminhada, sendo esta a atividade mais comum desenvolvida por seus visitantes. Dessa forma, o presente estudo busca caracterizar os visitantes das trilhas de quatro importantes Parques Nacionais (PN) do Brasil, envolvendo análises de perfil demográfico, motivações e preferências dos visitantes, utilizando a metodologia de questionários estruturados on-line. As Unidades de Conservação avaliadas foram o PN da Chapada dos Veadeiros (PNCV, situado em Goiás), PN da Serra dos Órgãos (PNSO, situado no Rio de Janeiro), PN da Tijuca (PNT, situado no Rio de Janeiro) e PN de Brasília (PNB, situado no Distrito Federal e em Goiás). As variáveis demográficas avaliadas mostraram diferenças entre as UC pesquisadas, embora tenha sido possível perceber certo agrupamento entre as unidades mais proximamente situadas entre si (PNCV e PNB por um lado; PNSO e PNT por outro) em relação a algumas das variáveis utilizadas. Em termos de preferências e motivações foram percebidos dois agrupamentos diferentes: enquanto as questões relacionadas à frequência de visitas anteriores e à atividade principal realizada indicam os mesmos agrupamentos citados acima (entre as UC proximamente situadas), todas as demais questões, que podem ser relacionadas à escala de oportunidades de visitação evidenciadas pelo Espectro de Oportunidades de Recreação (ROS – Recreation Opportunity Spectrum) indicam outros agrupamentos, com o PNCV e PNSO por um lado e o PNB e o PNT em outro, com os usuários do PNCV e do PNSO aparentando possuir um perfil considerado “mais trilheiro” em relação aos visitantes do PNT e do PNB.