Introdução: O atraso neuropsicomotor acarreta em prejuízos no processo de aquisição e desenvolvimento de habilidades gerais, dentre elas, a linguagem, e, pode estar associado com outros déficits, como a paralisia cerebral e a deficiência visual. Objetivo: Descrever a intervenção fonoaudiológica em um caso de uma deficiente visual com paralisia cerebral. Relato de caso: Criança de 2,5 anos, sexo feminino, com diagnóstico de distúrbio de linguagem associado a cegueira no olho direito e visão subnormal no olho esquerdo, causados por retinopatia da prematuridade e catarata congênita, em associação com encefalopatia (paralisia cerebral espástica diparética). Após o processo de avaliação fonoaudiológica, foi iniciada a intervenção em linguagem baseada no modelo sócio construtivista com foco na interação, expressão e compreensão da linguagem oral. Durante o processo de avaliação e reabilitação fonoaudiológica foram adaptados objetos concretos (reais), com textura diferenciada ao toque, e associados a sons verbais e não verbais, como recurso para a eliciação de resposta comunicativa. Após 14 sessões de terapia observou-se evolução do comportamento linguístico, com produção oral de palavras isoladas e frases simples com participação ativa na atividade dialógica e compreensão de ordens semicomplexas. Conclusão: Em pacientes com deficiência visual associada a paralisia cerebral, o uso e adaptação de pistas táteis e olfativas auxiliam na percepção e reconhecimento dos objetos, facilitando a intervenção fonoaudiológica.