Análise Epidemiológica De Doenças Crônicas Não Transmissíveis Entre Policiais Civis No Ceará

Abstract

INTRODUÇÃO:No Brasil, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) correspondem a 72% das causas de morte. O trabalho na segurança pública é capaz de afetar a saúde e a qualidade de vida dos policiais, uma vez que existem estressores na atividade policial, sobretudo, devido exposição em eventos violentos, trabalho por turnos e exaustivas jornadas de trabalho, que geram distúrbios capazes de impactar a saúde física e psíquica destes profissionais, manifestados, muitas vezes, por condições crônicas. OBJETIVO: Estimar a prevalência de DCNT entre os policiais civis do Ceará e associar fatores preponderantes no diagnóstico. MATERIAL E MÉTODOS: Trata de estudo exploratório, transversal, de abordagem quantitativa, parte de um projeto guarda-chuva intitulado "Violência vivida, condições de saúde e adoecimento entre policiais civis e militares do Estado do Ceará". A amostra é constituída por 157 policiais civis. A coleta de dados ocorreu em 2022, por meio de um questionário eletrônico autoaplicável adaptado às funcionalidades do software Survey Monkey. Foram coletadas informações sobre a presença de hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia, assim como o período do diagnóstico. Os dados foram transpostos para uma planilha do Microsoft Excel® for Windows, para análise estatística descritiva. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal do Ceará, obtendo parecer aprovado sob nº 2.284.725. RESULTADOS: Mais da metade da análise (58,60%) corresponde à população masculina, totalizando 57,1% com idade maior ou igual a 40 anos. Quanto ao tempo de serviço, 42,8% possuem mais de 20 anos de trabalho nas corporações. Os dados revelaram uma prevalência de 24,84% de colesterol alto, 17,83% de hipertensão arterial e 4,46% de diabetes entre os policiais civis, cujos diagnósticos, em mais de 80%, foram descobertos após entrada na corporação. CONCLUSÃO: Com os dados coletados, não foi possível afirmar se existe uma associação entre a atividade policial e a prevalência de doenças crônicas nessa população, embora tenha apresentado respostas auto-relatadas, garantindo que alguns indivíduos possam apresentar DCNT sem ter conhecimento. As análises corroboram com aspectos individuais que têm relevância de saúde, pois a exposição a fatores de risco podem causar adoecimento psíquico e físico.