Este trabalho apresenta a evolução morfológica de barras arenosas da porção oeste do Arquipélago de Mariuá, médio curso do Rio Negro. Apesar desse arquipélago ser considerado o maior do planeta, estudos referentes à última fase de sedimentação das ilhas e barras ainda são escassos, principalmente relacionados aos processos de erosão e sedimentação. Foram utilizadas ferramentas de sensoriamento remoto, através da análise multitemporal de imagens Landsat, para o entendimento da evolução morfológica das barras arenosas no intervalo temporal de 31 anos (1985 - 1997 - 2016). No primeiro período (1985 - 1997) a taxa de erosão foi maior que a deposição, enquanto no segundo período (1997 - 2016) predominou a dinâmica deposicional acrescionária, ambas relacionadas a variação do aporte sedimentar. Com base nos resultados obtidos, o aumento ou a diminuição do aporte sedimentar foi relacionado com as mudanças morfológicas das barras arenosas, bem como aos períodos de maior e menor precipitação, que refletem as características dos fenômenos El Nino e La Nina na Amazônia. Particularmente, foi possível evidenciar a relação do aumento no aporte sedimentar, indicado pelos dados da carga de sedimentos em suspensão (CSS), descarga sólida e análise multitemporal das barras, com o fenômeno La Nina, que influenciou no aumento na taxa de precipitação na Bacia do Rio Negro. Apesar da análise multitemporal das barras no arquipélago envolverem um intervalo de tempo recente e curto (31 anos), o resultado pontual de datação por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE) indica que a sedimentação das barras iniciou há pelo menos cinco (05) séculos.