Ansiolíticos e antidepressivos dispensados na Atenção Básica: análise de custos e interações medicamentosas

Abstract

Objetivo: Identificar o quantitativo, descrever o custo dos fármacos e verificar as possíveis interações medicamentosas entre os ansiolíticos e antidepressivos dispensados pela farmácia básica dos municípios do estudo. Métodos: Estudo quantitativo, transversal e retrospectivo, realizado em municípios da região serrana cearense. A amostra foi colhida através dos livros de registros na Central de Abastecimento Farmacêutico e foram incluídos somente os medicamentos padronizados e comuns aos quatro municípios estudados, distribuídos gratuitamente à população. Resultados: Foram identificados 693 pacientes que receberam ansiolíticos e antidepressivos nos meses de janeiro e fevereiro de 2014 nos municípios. O medicamento em maior uso foi o amitriptilina, seguido pelo diazepam e fluoxetina. Apesar dos antidepressivos constituírem 54% das unidades de medicamentos dispensadas, o seu custo correspondeu a 72% dos gastos com ansiolíticos e antidepressivos. Foi verificada a existência de interações medicamentosas importantes entre os medicamentos do estudo. Conclusões: Evidencia-se que um percentual expressivo da população estudada faz uso de psicofármacos ansiolíticos e antidepressivos, distribuição semelhante a estudos de base populacional em regiões brasileiras.

Utilização de benzodiazepínicos em Estratégias Saúde da Família

“…Dentre os psicotrópicos mais associados aos benzodiazepínicos a amitriptilina foi a mais prescrita, representando 35,8%. Essa mesma associação foi amplamente encontrada na pesquisa de Aguiar et al 17 , com 68,85% de pacientes em uso de amitriptilina com benzodiazepínicos.…”

Alteração de peso em pacientes em tratamento com antidepressivos: Revisão narrativa

“…Entretanto, conforme citado anteriormente, alguns antidepressivos podem causar perda de peso corporal, o que pode levar ao uso abusivo desses fármacos, inclusive à automedicação, que está relacionada a inúmeras consequências biopsicossociais (Aguiar et al, 2016;Auchewski et al, 2004como citado por Pereira, 2015Cruz et al, 2020). Desse modo, também é um efeito colateral que deve ser melhor discutido.…”

“…Deve-se também considerar que embora a dor crônica e, conforme discutido por Pereira (2015), psicopatologias, como depressão e ansiedade, tenham alta incidência e prevalência, podendo causar anos de incapacitação funcional e impactos, inclusive econômicos aos países, há critérios para diagnosticá-las e, nem todas necessitam de intervenção farmacológica (Fleck et al, 2009como citado por Pereira, 2015. Mudanças de hábitos de vida e psicoterapia deveriam ser mais largamente empregados, em detrimento da arbitrária prática de prescrição de psicotrópicos, como os antidepressivos, que quando mal indicados, podem trazer inúmeras consequências biopsicossociais (Aguiar et al, 2016) como, por exemplo, mais danos à saúde do paciente e elevação do risco de mortalidade, além de poder onerar ainda mais o sistema único de saúde (Auchewski et al, 2004como citado por Pereira, 2015Cruz et al, 2020).…”

Revisão integrativa da literatura sobre o aumento no consumo de psicotrópicos em transtornos mentais como a depressão / Integrative review of the literature on the increase in consumption of psychotropics in mental disorders like depression

“…Cabe ressaltar que um percentual significativo da população estudada, por Aguiar et al (2016) faz uso de psicofármacos ansiolíticos e antidepressivos, como o diazepam, amitriptilina e fluoxetina. Esse autor também observou que os antidepressivos constituírem 54% das unidades de medicamentos dispensados, os quais podem contribuir para potenciais interações medicamentosas, classificadas em moderada e grave, o que na maioria das interações investigadas foi necessária uma assistência médica e uma atenção rigorosa Ainda segundo Evarista e Oliveira (2019) refletem sobre o uso de benzodiazepínicos, e verificaram os psicotrópicos mais utilizados no tratamento da depressão.…”