Aplicação De Análise Multivariada Para a Construção De Indicadores Ambientais Na Relação Entre Precipitação E Deslizamentos

Abstract

Este trabalho avaliou a vulnerabilidade socioambiental à ocorrência dedeslizamentos em uma área da Região Metropolitana do Vale do Paraíba,no estado de São Paulo, através da construção de índices ambientais esocioeconômicos, visando à criação de um índice sintético, denominadoíndice de vulnerabilidade geral (IVG). Consideraram-se indicadores obtidosatravés do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística, de séries históricas pluviométricas da Agência Nacional de Águase de registros de ocorrências de deslizamentos (1990 a 2016). O métodoestatístico de análise de componentes principais foi utilizado para obter umindicador que representasse a relação entre a precipitação e as ocorrênciasde deslizamentos. A partir de todos os indicadores, construíram-se os índicesde vulnerabilidade ambiental e social, obtendo-se assim o IVG. Os resultadosmostraram um índice muito elevado de vulnerabilidade nas regiões de Camposdo Jordão e Natividade da Serra devido, principalmente, à contribuição dosindicadores de chuva-deslizamento e socioeconômicos, respectivamente.

Investigação da relação chuva-deslizamentos no município de Mauá – SP para obtenção de limiares críticos deflagradores de deslizamentos

“…No estado de São Paulo o ciclo sazonal da precipitação é bem marcante, com inverno seco e verão chuvoso, quando apresenta maior variabilidade, devido aos tipos de sistemas atmosféricos atuantes (mesoescala, sinóticos e intrasazonais), além da influência de fenômenos de variabilidade interanual (REBOITA, 2010), podendo ocorrer períodos extremos com chuvas muito fortes e concentradas em poucos dias, sendo o período com maior incidência de situações de risco relacionados a movimentos de massa. Além disso, observa-se uma tendência de aumento na precipitação na Região Metropolitana de São Paulo associada ao aumento na frequência de dias com precipitações mais elevadas, o que se traduz por eventos de chuvas diárias mais intensas e de menor duração (SILVA DIAS et al, 2013;VALVERDE et al, 2018), o que pode agravar ainda mais as situações de riscos em áreas urbanas mais vulneráveis (BOSCO et al, 2019).…”