Apoio institucional e a experiência da Política Nacional de Humanização (PNH) na Freguesia do Ó, Brasilândia, São Paulo, Brasil

Abstract

No momento em que se experimenta o exercício da função apoio institucional em inúmeros serviços de Saúde Pública no Brasil, faz-se necessário analisar e compartilhar experiências para que se possam avaliar e potencializar os efeitos que tal ação imprime às práticas de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Partindo-se de uma contextualização a respeito das origens e devires do conceito-ferramenta apoio institucional, afirma-se a dimensão clínico-político-institucional da função apoio e explicitam-se a metodologia e os efeitos da experiência de apoio institucional a equipes de trabalhadores e gestores da região de saúde da Freguesia do Ó-Brasilândia, São Paulo (2010-2012).

Apoio Institucional na ótica de gestores, apoiadores e trabalhadores: uma aproximação da realidade a partir de diferentes lugares

“…Entendemos que o trabalho do AI se diferencia da supervisão -a qual estaria num lugar com "super-visão" dos processos e grupalidades, "fora do grupo" pois o apoiador deve operar numa perspectiva de atuação para ampliação das capacidades de os sujeitos colocarem em análise seus processos de trabalho e suas instituições, bem como possibilitar a oferta de ferramentas e dispositivos, sendo que estas ofertas devem ir além da escuta, da observação para uma análise e captação, inclusive dos "não ditos", e das implicações dos sujeitos 22 . Ainda encontramos uma fala que revela a visão "distorcida" relacionada com o trabalho do AI pelos próprios apoiadores, sendo esta compreensão relacionada com a forma de condução e entendimento da gestão.…”

Atenção especializada ambulatorial no Sistema Único de Saúde: para superar um vazio

“…Práticas de assunção do cuidado especializado (assumir ser referência especializada) pelos profissionais do matriciamento em saúde mental (em corresponsabilização e cuidado compartilhado com os profissionais generalistas da APS) são mencionadas em vários trabalhos e experiências municipais em todo o país [42][43][44][45][46][47][48][49] e provavelmente são as mais avançadas experiências de provisão de cuidado especializado via matriciamento no SUS.…”

O fazer coletivo nas políticas de saúde da FÓ/Brasilândia (SP): fóruns, redes, grupalidades

“…Assim, o GTH da FÓ-Brasilândia propôs um II Encontro de Humanização, realizado em 2012, com o tema "Redes de produção de saúde" intitulado: "Da rede que temos à rede que queremos". Este Encontro expressou, por um lado, um desejo de intensificação do aquecimento das relações entre trabalhadores, gestores e usuários dos diferentes serviços da região, por outro, a necessidade de colocar em relação e/ou dar a conhecer os diferentes espaços/redes já organizados no território e, por fim, uma aposta no aprofundamento da análise da situação da saúde, em rede, no território e na instrumentalização conceitual para o enfrentamento das dificuldades de fazer Rede Quente, de garantir saúde integral a usuários e trabalhadores da FÓ--Brasilândia 21 . Assim, a PNH no território da FÓ-Brasilândia foi se afirmando como experimentação de sujeitos concretos que de forma singular utilizam diretrizes, dispositivos e método como ferramentas para repensar a si mesmos, os processos de trabalho e o SUS 22.23 .…”