2015
DOI: 10.20396/rap.v8i2.8635640
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Arqueologia da repressão e da resistência e suas contribuições na construção de memórias

Abstract: A temática a ser abordada neste trabalho está inserida no campo da Arqueologia da Repressão e da Resistência e a sua relação com a construção de memórias materiais e de memórias coletivas. Estas são memórias advindas de situações traumáticas geradas nos regimes de governo militar, entre os anos 1960 e 1980 - na América Latina, em especial no Brasil. A intenção é elaborar reflexões sobre as maneiras como são construídas memórias coletivas e materiais, de modo que estas não se tornem meras lembranças de fatos oc… Show more

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“…O protagonismo dos grupos de familiares e militantes de direitos humanos, como a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, os Grupos Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, entre tantos outros, foram fundamentais na luta pela memória, verdade e Justiça (Teles, 2001; Podemos afirmar que, especialmente em relação ao desaparecimento forçado de pessoas em contextos ditatoriais ou de conflitos, uma vasta produção que envolve desde histórias de vida, estratégias da repressão, estudos de centros clandestinos, campos de concentração, e a investigação forense têm sido realizadas, não apenas no continente americano, como na África, Ásia e Europa. No Brasil, especialmente na área da História e do Direito, inúmeros estudos foram desenvolvidos, devotados sobretudo aos processos relacionados à justiça de transição (Abrão e Torelly, 2010), à lei da anistia, história oral de vida de ex-presos políticos, e também da Arqueologia de centros clandestinos (Baretta, 2014) (Vendramini Carneiro;Gennari, 2016, p. 41).…”
Section: Formas De Desaparecerunclassified
“…O protagonismo dos grupos de familiares e militantes de direitos humanos, como a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, os Grupos Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, entre tantos outros, foram fundamentais na luta pela memória, verdade e Justiça (Teles, 2001; Podemos afirmar que, especialmente em relação ao desaparecimento forçado de pessoas em contextos ditatoriais ou de conflitos, uma vasta produção que envolve desde histórias de vida, estratégias da repressão, estudos de centros clandestinos, campos de concentração, e a investigação forense têm sido realizadas, não apenas no continente americano, como na África, Ásia e Europa. No Brasil, especialmente na área da História e do Direito, inúmeros estudos foram desenvolvidos, devotados sobretudo aos processos relacionados à justiça de transição (Abrão e Torelly, 2010), à lei da anistia, história oral de vida de ex-presos políticos, e também da Arqueologia de centros clandestinos (Baretta, 2014) (Vendramini Carneiro;Gennari, 2016, p. 41).…”
Section: Formas De Desaparecerunclassified
“…Para tanto, recorro ao aporte da crítica feminista descolonial (LUGONES, 2014; 6 Até o momento foram publicados, no Brasil, artigos em dois Dossiês temáticos, o da Revista de Arqueologia Pública (2014) com textos escritos por Rafael de Abreu e Souza (2014), Príscila Sousa (2014), Beatriz Thiesen et al (2014), Baretta (2014); o Dossiê sobre Arqueologia da Repressão e da Violência na América Latina da Revista de Arqueologia com texto de Carolina Lemos (2016); além de uma dissertação (BARETTA, 2015); um trabalho de conclusão de curso -TCC (BELLÉ, 2013); e outro artigo (ANJOS, 2012). Cabe lembrar que durante o evento da regional sul da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SABSUL) em 2016, Beatriz Thiessen organizou uma exposição sobre o tema.…”
Section: Feminismos E Ditaduraunclassified
“…Sendo assim, a construção de memórias não está relacionada apenas com o aspecto temporal, mas também com o aspecto espacial e, com isso, com o aspecto material. De acordo com Barreta (2014), nós construímos lembranças, memórias, a partir do nosso relacionamento com o espaço e com a materialidade nele presente. Para Zarankin & Salerno (2012), todas as memórias precisam da ajuda de vestígios materiais para manterem-se ativas, sendo que as recordações constroem-se a partir de vivências próprias ou não, nas quais as pessoas interagem de formas específicas com a materialidade do espaço, do mundo.…”
Section: ) Las Reflexiones Teóricas Sobre Arqueología De La Represióunclassified
“…Queremos dizer que a construção de memórias, os processos de lembrança e esquecimento são sociais, políticos, assim como o uso da materialidade nesses processos. Mas, se a construção de memórias, que é política, social e subjetiva, só é possível através da materialidade, do espaço que nos cerca, então a Arqueologia da Repressão e da Resistência, de acordo com Barreta (2014), aponta um novo caminho, um caminho democrático, com construção de memórias diferentes daquelas constituídas pelo discurso oficial.…”
Section: ) Las Reflexiones Teóricas Sobre Arqueología De La Represióunclassified