O objetivo deste estudo foi verificar percepções de idosas participantes de um grupo de práticas corporais/atividade física (PCAF) sobre a vida na velhice, sobre significados da aposentadoria e sobre o papel deste grupo nas suas vidas. Foi utilizada abordagem qualitativa, seguindo roteiro semiestruturado para entrevista com 12 idosas de um grupo de PCAF de uma Unidade Básica de Saúde em uma cidade do Paraná. Elementos da técnica de análise de conteúdo foram utilizados na análise dos dados. Observou-se que na percepção das entrevistadas, na categoria “A vida na ‘melhor idade” há uma ambiguidade de sentimentos e percepções: queda na qualidade de vida devido a doenças, solidão e falta de autonomia, mas os provimentos da aposentadoria permitiram autonomia financeira. Na categoria “Expectativas quanto à aposentadoria”, referiram que a realidade foi diferente do que imaginavam que seria, principalmente pela piora da condição física e clínica e pela necessidade de realizarem cuidados a outros membros da família. Na categoria “Mudanças percebidas na vida após a participação no grupo de PCAF”, relataram melhora do quadro clínico de saúde, redução de dores corporais, melhoras no sono além de pertencimento ao grupo e alegria no viver. Os achados deste estudo podem ser úteis para a compreensão mais aprofundada sobre os múltiplos significados da velhice, fugindo-se de concepções simplistas que buscam atribuir a esta fase da vida um sentido de “melhor” ou “pior” que outras fases da vida.