Este artigo tem o objetivo de descrever e analisar redes sociais de trabalho entre agricultores de um município do estado do Ceará. Para isso, foram mapeadas as redes sociais de dois agricultores e seus contatos, totalizando oito participantes. Para a coleta de dados, foi utilizada entrevista, observação e a técnica do gerador de nomes para mapeamento das redes sociais. Para a análise dos dados, foram utilizados indicadores de redes com o auxílio dos softwares Ucinet e NetDraw e de Análise de Conteúdo. Os resultados mostraram que as duas redes de trabalho fazem uso de laços de amizade e parentesco para o seu funcionamento, mobilizando capital social para viabilizar a produção rural em uma configuração semelhante a redes socioprodutivas. Contudo, apresentam diferenças, já que uma das redes é mais desenvolvida, com laços mais diversificados e uma maior quantidade de relações de trabalho remunerado e hierarquia. Conclui-se que as redes fazem parte da organização do trabalho dos agricultores e tornam viável a produção dos bens agrícolas, seja por meio de ajuda para a realização das atividades, seja pelo acesso a informações e recursos mais variados.