A garantia de acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade e a promoção do bem-estar em todas as idades é o terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas até 2030. No Brasil, a intenção é assegurar a cobertura universal de saúde e acesso por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os níveis de atenção, além dos serviços essenciais, medicamentos e vacinas. Esse ainda é um grande desafio a ser atingido, uma vez que a ampliação do acesso não se caracteriza como sinônimo de qualidade nos serviços de saúde, por essa razão é necessária a implementação de estratégias que favoreçam a melhoria contínua na assistência prestada. Estimativas para países de média ou baixa renda apontam que 60% das mortes estão associadas ao cuidado inseguro e a má qualidade (SLAWOMIRSKI; AURAAEN; KLAZINGA, 2017). Nesta ótica, percebe-se que as necessidades globais de saúde mudaram, tendo em vista o surgimento de novas doenças e o desenvolvimento de inovações terapêuticas que corroboram com a evolução dos cuidados de saúde. No entanto, tais mudanças tornaram a assistência mais complexa e potencialmente perigosa. Os benefícios desses cuidados vêm associados a riscos de incidentes de segurança, e a necessidade de se implementar práticas seguras, visto que a dinâmica do cuidado em saúde exige processos devidamente delineados com métodos, procedimentos, pessoas, ambiente, equipamentos e materiais que se alinhem com a ideia de segurança (BRASIL, 2014). Ressalta-se que os custos financeiros e de recursos empregados no tratamento das sequelas por eventos adversos são consideráveis. Estima-se que 15% das atividades e despesas hospitalares são utilizadas na reparação de danos evitáveis, o que representa desperdícios relacionados a custos de oportunidade (SLAWOMIRSKI; AURAAEN; KLAZINGA, 2017).