“…(LOCATTELLI; SANTOS, 2016)As intervenções terapêuticas na Gestalt-terapia para crianças no espectro do autismo são, nas palavrasde Marques et al, (2019), direcionada para um aumento no entendimento de corpo da criança que se engendra nos modos do autismo objetivando uma maior expressão das funções do ego.A Psicanálise, por sua vez, ocupa-se de situar o autista na relação com o outro uma vez que esta relação foi historicamente desacreditada. Sobre isso,Romano et al (2019), esclarece que ao presumir que os autistas têm como característica primeira os entraves no estabelecimento da relação com o outro, admitimos que a condição apresenta em si um funcionamento subjetivo próprio, no entanto, a singularidade existente no modo de operar não o destitui da dimensão ontológica de conceber as experiências com o outro apenas admite que a vivência do sujeito autista acontece por caminhos distintos.Merlleti (2018), pontua que é necessário um olhar para as crianças separando do discurso técnicocientífico que flerta com a ideia de infância calculável e sustenta o imaginário das figuras paternas, esse olhar enclausura as crianças a um modelo a ser seguido e resulta em objetificação da criança em detrimento dos aspectos da singularidade No que toca às figuras paternas, Duarte (2019), citado por Perruffo (2020), relata que a psicologia apresenta possibilidades de realizar o manejo das questões referentes ao autismo em conjunto com a família, oferecendo amparo para ambos, uma vez que o núcleo familiar fornece informações para o profissional realizar um bom prognóstico e surge como um suporte importante no tratamento dos filhos, independente de qual seja o diagnóstico, deste modo, a família experimenta as cargas advindas da trajetória do tratamento e também necessitará de cuidados profissionais.…”