OBJETIVO: Avaliar a evolução da qualidade de vida (QV) e da autoestima de mulheres submetidas à cirurgia oncológica mamária em tratamento fisioterapêutico.MÉTODOS: Estudo longitudinal quantitativo que analisou a condição socioeconômica por um questionário sociodemográfico; autoestima pela Escala de Autoestima de Rosenberg; e, QV pelos questionários EORTC QLQ-C30/QLQ BR-23 de mulheres submetidas à cirurgia oncológica mamária antes e após quatro meses de tratamento fisioterapêutico. As análises descritivas foram calculadas por média e desvio padrão, e a normalidade dos dados verificada pelo método de Kolmogorov-Smirnov.RESULTADOS: A amostra foi composta por 15 mulheres com média de idade de 57 anos, submetidas à cirurgia conservadora e radical, tratadas com quimioterapia, radioterapia e/ou hormonioterapia, e com tempo médio entre diagnóstico e cirurgia de 6,4 meses. Das facetas avaliadas pelos questionários de QV, após 4 meses de tratamento fisioterapêutico, houve aumento na fadiga (p=0,041), constipação (p=0,040) e função sexual (p=0,049), ao passo que a autoestima não apresentou diferença relevante (p=0,319). Quanto às correlações existentes, as principais foram entre autoestima e fadiga (p=0,008; r=-0,881) e tempo de diagnóstico e cirurgia (p=0,033; r=-0,792).CONCLUSÕES: Mulheres em acompanhamento pós-cirurgia oncológica mamária apresentaram melhora na QV quanto aos domínios fadiga, constipação, função global e função sexual, ao passo que houve piora nos domínios de perspectivas de futuro e dificuldade financeira. Contudo, a autoestima não sofreu alterações após 4 meses, possuindo forte correlação com domínios da QV e tempo entre diagnóstico e cirurgia, sugerindo necessidade da abordagem multidisciplinar e ágil no câncer de mama.