No contexto da redução do descarte inadequado de resíduos oriundos da atividade de beneficiamento do caranguejo-uçá na zona costeira da Amazônia brasileira, o objetivo desta pesquisa foi produzir e avaliar a resistência mecânica de concreto com adição do pó de exoesqueleto (carapaça) do caranguejo-uçá, em diferentes níveis de inclusão. A coleta de dados sobre volume e composição de resíduos gerados foram obtidos a partir de visitas in loco. Foram formulados e analisados cinco traços com diferentes níveis de inclusão (5, 10, 15 e 20%) de adição do pó de carapaça de caranguejo em substituição à massa do agregado miúdo (areia), buscando-se uma resistência mecânica à compressão axial de 25 Mpa aos 28 dias de idade. A composição centesimal do pó de carapaça de caranguejo-uçá indicou os percentuais de: 8,73 de umidade, 69,89 de cinzas, 16 de proteína e 0,4 de lipídeos. O concreto com a adição de 5% não apresentou diferença significativa em relação ao traço referência. O concreto com adição de 10% apresentou redução de 35,12% em relação ao traço de referência. As formulações com 15% e 20% de adição reduziram a resistência em 57,11% e 70,13%, respectivamente, quando comparados ao traço de referência. Conclui-se que os concretos com inclusão de 5% e 10% alcançaram valores de resistência indicados para confecção de pré-moldados (17 Mpa); para os níveis de 15 e 20% de inclusão houve perda significativa da resistência, indicando a necessidade de pesquisa para indicar o uso adequado de concretos com os níveis de resistência apresentados.