Avaliação de impacto do bônus sociorracial da UFMG no desempenho acadêmico dos estudantes

Abstract

RESUMOUtilizando a pesquisa Valores e Religião no Brasil (PVRB), este artigo apresenta dados sobre frequência e autopercepção religiosas de católicos e evangélicos. Embora os evangélicos sejam mais envolvidos com a religião que os católicos, surpreende que ambos sejam semelhantemente devotos na reza/oração e que, entre os evangélicos, os pentecostais e os históricos apresentem porcentagens de participação religiosa quase idênticas. Simula-se a distribuição das religiões brasileiras a partir do filtro de alta frequência e também a probabilidade de filiação a partir das práticas religiosas observadas. Os resultados evidenciam diminuição do grupo de católicos e aumento do de pentecostais em proporções maiores que as do Censo de 2010, e demonstram que a probabilidade de ser católico no Brasil independe da intensidade da prática religiosa adotada.Palavras-chave: Frequência religiosa. Autodeclaração. Evangélicos. Católicos. * Os autores agradecem aos comentários e sugestões das professoras Cristina Maria de Castro e Ana Paula Verona, de Leonardo Souza Silveira e dos pareceristas anônimos da revista Mediações. Agradecem também ao Centro de Pesquisas Quantitativas em Ciências Sociais (CPEQS) da UFMG e ao financiamento do CNPq (processo 400629/2011-9 DOES THE HABIT MAKE THE NUN? RELIGIOUS FREQUENCY AND SELF-PERCEPTION OF RELIGION IN BRAZIL ABSTRACTUsing the Brazilian Religion Survey (BRS), this article presents data on the frequency of religious activities and the religious self-perception of Catholics and Protestants. While Protestants are more involved with religion than Catholics, it is surprising that both are similarly devoted to prayer and that, among Protestants, Pentecostals and historical Protestants present almost identical percentages of religious participation. This article simulates the distribution of Brazilian religions based on a high-frequency filter, as well as the probability of affiliation based on observed religious practices. The results show a decrease in the number of Catholics and an increase in the number of Pentecostals in greater proportions than those of the 2010 Census and demonstrate that the probability of being Catholic in Brazil is independent of the intensity of religious practice adopted. Keywords:Frequency of religious activities. Self-report. Protestants. Catholics.eja visando os benefícios após a morte ("motivação de salvação"), as satisfações trazidas pela participação em uma comunidade de fé ("motivação de utilidade"), ou a possibilidade de obter sucesso material ("pressão social") (AZZI; EHRENBERG, 1975), fato é que cerca de 90% da população mundial possui algum tipo de filiação religiosa (OLIVEIRA; CORTES; BALBINOTTO NETO, 2013). As religiões fornecem visões de mundo que formatam atitudes sociais e políticas que não podem ser atribuídas apenas à classe social, ao grau de escolaridade alcançado ou à raça (STEENSLAND et al., 2000). O maior ou o menor envolvimento dos indivíduos com as diversas expressões de fé tem forte relação com comportamento sexual, número de filhos, planejam...

The determinants of the performance in the entrance exam of the Federal University of Minas Gerais

“…Moreover, they contain socioeconomic variables and information regarding affirmative action policies, as will be detailed in next subsection. This or similar databases were used in other studies (GOLGHER et al 2014(GOLGHER et al , 2015. However, these analyses had different approaches and objectives.…”

Academic Performance Analysis of Accountancy Students at FEARP-USP Served by INCLUSP/PASUSP

“…Para verificar se realmente existe a queda da qualidade do ensino, a partir da adoção destas ações afirmativas, estudos que envolvem o rendimentoacadêmico dos alunos beneficiados têm sido desenvolvidos, principalmente em universidades federais e estaduais (Cardoso, 2008;Matos, Ferreira, Pinheiro & Dalmas 2010;Nabeshima, Machado, Martins, Coto & Dias,2011;Dallabona, 2011;Bezerra & Gurgel, 2012;Waltenberg & Carvalho, 2012;Matos, Pimenta, Almeida & Oliveira, 2012;Peixoto, Ribeiro, Bastos & Ramalho, 2013;Piotto & Nogueira, 2013;Golgher, Amaral& Neves, 2014;Mendes Jr, 2014;Carvalho & Cerqueira, 2015).…”

“…A análise da revisão da literatura realizada pelos autores indica a existência de apenas um trabalho que demonstre dados de desempenho de alunos do curso de Ciências Contábeis (Golgher, Amaral & Neves, 2014). Observa-se ainda um baixo índice de avaliações específicas sobre o desempenho acadêmico dos alunos que se beneficiam com o sistema de bonificação no vestibular para ingresso na Universidade de São Paulo (USP).…”

Mobilidade social e melhoria de vida de egressos cotistas das universidades federais brasileiras

“…Uma parte expressiva da literatura brasileira se concentra em comparar o desempenho acadêmico entre alunos cotistas e não cotistas durante o curso de graduação, verificar se há diferenças entre esse desempenho e o desempenho obtido na entrada à universidade (por meio do Enem ou dos antigos vestibulares), verificar se há diferença nas taxas de conclusão de curso entre alunos cotistas e não cotistas ou mesmo comparar o desempenho de cotistas e não cotistas no final do curso através do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) (ARRIGONI, 2018;BEZERRA;GURGEL, 2012;BIAZOTTO et al, 2022aBIAZOTTO et al, , 2022bCAVALCANTI et al, 2019;CHILDS;STROMQUIST, 2015;COHEN;EXNER;GANDOLFI, 2018;GOLGHER;NEVES, 2014;GRINER et al, 2013;MACHADO;REYES;RIEHL, 2021;MENDES JUNIOR, 2014;OLIVEIRA et al, 2018;PEIXOTO et al, 2016;PELEGRINI et al, 2021;PENA;COUTRIM, 2020;PEREIRA;BITTENCOURT;BRAGA, 2015;PEREIRA;XAVIER, 2021;QUEIROZ;SANTOS, 2006;SILAME;MARTINS JÚNIOR;FONSECA, 2020;COSTA, 2020;BERRY, 2017;VIDIGAL, 2018a;WAINER;MELGUIZO, 2018).…”

“…Quadro 1 -Estado da arte das pesquisas sobre a inserção de egressos cotistas no mercado de trabalho brasileiro CHILDS;STROMQUIST, 2015;COHEN;EXNER;GANDOLFI, 2018;GOLGHER;NEVES, 2014;GRINER et al, 2013;MACHADO;REYES;RIEHL, 2021;MENDES JUNIOR, 2014;OLIVEIRA et al, 2018;PEIXOTO et al, 2016;PELEGRINI et al, 2021 (1986), podemos supor que os capitais social e cultural podem estar influenciando os ganhos diferenciados entre egressos cotistas e não cotistas no mercado de trabalho. Nesse caso, cursar universidades de melhor qualidade pode ser um pré-requisito para grupos desprivilegiados conseguirem ter acesso às melhores ocupações no mercado de trabalho, mas não há garantias de que isso irá se concretizar (KLEIN, 2021), inclusive por conta das próprias dinâmicas de desigualdade geradas e reproduzidas pelo mercado de trabalho.…”