Avaliação Funcional Indireta do Transtorno Obsessivo-Compulsivo no contexto clínico

Abstract

Para a Terapia Comportamental, é necessário conhecer a função do comportamento quando se pretende planejar intervenções individualizadas, eficientes, e com resultados de longo prazo. O presente trabalho buscou identificar a função dos comportamentos obsessivo-compulsivos de um adolescente a partir de estratégias de avaliação funcional indireta, avaliando a ocorrência desses comportamentos diante dos contextos “social”, de “demandas”, “lazer” e na condição “sozinho”, conforme o modelo de Análise Funcional proposto por Iwata, Dorsey, Slifer, Bauman, & Richman (1994). Os resultados indicaram que, além do possível reforçamento negativo sensorial produzido pelos comportamentos obsessivos compulsivos, a liberação de consequências sociais e a retirada de demandas seriam condições importantes na manutenção do TOC. Os resultados podem tanto indicar um controle múltiplo das contingências envolvidas na manutenção das respostas avaliadas, quanto uma fragilidade do procedimento em diferenciar as contingências relevantes. Testes experimentais adicionais e a avaliação de intervenções funcionalmente orientadas seriam indicadas para confirmação das hipóteses levantadas.

A Study of Toc From the Perspective of Behavior Analysis Based on the Control Variables of the Three Levels of Selection by Consequences: Phylogenetic, Ontogenetic and Cultural

“…Para a análise do comportamento, a motivação pode ser entendida em termos de reforçamento positivo, reforçamento negativo e/ou punição, os quais ao exercer influência na motivação de um organismo, aumentam ou diminuem a probabilidade de ocorrência de determinados comportamentos. Além disso, a ontogênese e a cultura também desempenham um papel importante no que diz respeito à motivação, visto que é a partir dela que o indivíduo aprenderá os valores e regras sociais (Almeida et al, 2019). Ainda, tendo em vista que tanto as respostas públicas, como as privadas são da mesma naturezamanifestações do organismoe, como tal, sujeitas às mesmas leis que regem os comportamentos.…”

Identificação de classes de ordem superior e histórico de condições de reforço não contingente em indivíduos diagnosticados com Transtorno por Uso de Substâncias

“…Por isso, aumentam-se as chances de ficarmos sob controle das possíveis funções das verbalizações (item III). Posteriormente, os próprios episódios verbais analisados podem ser quantificados, e não numerais assinalados em inventários, podendo se referir ou não à frequência (ou força) das respostas emitidas no ambiente natural (item VI) (e.g., Almeida et al, 2020).…”

“…1) Sistema de categorias: 2) Roteiro de entrevista semiestruturada: uma forma de coletar verbalizações é utilizar sessões de psicoterapia decorridas (e.g., Almeida et al, 2020), contudo poderíamos ter dificuldades para utilizar esse tipo de material: teríamos que entrar em contato com um psicoterapeuta comportamental experiente que trabalhasse com dependentes de substâncias e aceitasse participar da pesquisa; os clientes deveriam aceitar o convite para participar do estudo após a conclusão ou durante o processo psicoterapêutico; os familiares do cliente deveriam ter sido ou estarem sendo atendidos; e todas as sessões teriam que ter sido ou estarem sendo gravadas.…”