Diante da pandemia do COVID-19, o estilo de vida das pessoas e a configuração dos relacionamentos interpessoais foram drasticamente alterados, conduzindo à reflexão sobre estratégias de enfrentamento. Na perspectiva de minimizar sensações desfavoráveis e até mesmo desconhecidas como o medo e a solidão, tem-se na convivência com o animal de estimação a sensação de esperança, vínculo e segurança capazes de lhes proporcionar um aumento do bem-estar. A Qualidade de Vida é um constructo que apesar de haver várias definições, possui o Bem-Estar Subjetivo como parâmetro existente para sua avaliação subjetiva, mensurado por meio do autorrelato. Desse modo, objetivou com este estudo analisar a qualidade de vida de pessoas que adotaram animais na pandemia por COVID-19 na percepção dos tutores, bem como caracterizar seu perfil sociodemográfico e econômico; investigar o significado da adoção de animais para os adotantes e se houve interferência na qualidade de vida dos tutores; identificar os aspectos positivos e negativos decorrentes da adoção de animais. A coleta de dados ocorreu por meio de 18 entrevistas semiestruturadas, gravadas em áudio, seguido de transcrição e análise de conteúdo. Emergiram três categorias: “O bem-estar decorrente da experiência da adoção de um animal de estimação”, “Bem-estar como balanço positivo entre sentimentos positivos e negativos decorrentes da adoção de um animal de estimação”, e “Bem-estar holístico proporcionado pela adoção de um animal de estimação”. Conclui-se que a adoção de animais na pandemia foi uma excelente alternativa terapêutica, proporcionando aos seus tutores melhora do bem-estar favorecendo a qualidade de vida.