Neste trabalho, elaborado entre julho e dezembro de 2019, foram investigadas as relações entre a formação acadêmica e a saúde mental entre pós-graduandos(as) do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Trabalhamos com o relato de seis pessoas, entre mestrandos(as) e doutorandos(as) do Programa, procurando observar ao máximo a heterogeneidade dos(as) participantes. A pesquisa contempla ainda revisão bibliográfica da produção acerca do tema no Brasil. Utilizamos metodologia qualitativa baseada em história de vida, grupo focal e entrevista isolada em profundidade, no sentido de apresentar o fenômeno com mais densidade e complexidade. Na maioria dos relatos, independente do extrato social, o sofrimento psíquico foi relacionado às dificuldades socioeconômicas do país, às dúvidas acerca do futuro das Ciências Sociais no Brasil, ao medo do desemprego, ao isolamento acadêmico, à forte competitividade, à cultura organizacional do próprio Programa e às exigências produtivistas, caraterísticas da sociedade contemporânea.