O presente trabalho expõe os desdobramentos da civilização da leveza, como cunha Gilles Lipovetsky (2016), o tipo atual de projeto civilizatório e suas representações em circuitos midiáticos, articulando especialmente questões referentes à produção, à cultura e ao trabalho. Leveza e liquidez assinalam conjuntamente a precariedade e a insegurança, mas também se contrariam, pois Lipovetsky (2016) e Zygmunt Bauman (2001) parecem divergir sobre a incursão do prazer frente ao trabalho e dos possíveis ganhos civilizatórios desse contexto. Em tempo, a emergência de um capitalismo criativo, transestético estabelece uma economia do leve que dá à cognição e à subjetividade papéis centrais na elaboração de produtos e serviços. Nesta perspectiva, as considerações de Lipovetsky (2016) e Byung-Chul Han (2015) atuam conjuntamente e oferecem uma análise que verifica o caráter esquivo e ambíguo das transformações técnicas atuais, apresentadas tanto nos objetos ultraleves quanto nas implicações de desempenho e de cansaço do trabalho na contemporaneidade. Com enfoque predominantemente teórico, esses aspectos relacionados à leveza e ao cansaço são aqui discutidos tendo como base a obra de Lipovetsky e o olhar para as representações desses fenômenos em espaços midiáticos hegemônicos, como a Veja SP. Palavras-chave: Civilização da leveza. Cansaço. Trabalho. Lipovetsky.
Neste trabalho, elaborado entre julho e dezembro de 2019, foram investigadas as relações entre a formação acadêmica e a saúde mental entre pós-graduandos(as) do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Trabalhamos com o relato de seis pessoas, entre mestrandos(as) e doutorandos(as) do Programa, procurando observar ao máximo a heterogeneidade dos(as) participantes. A pesquisa contempla ainda revisão bibliográfica da produção acerca do tema no Brasil. Utilizamos metodologia qualitativa baseada em história de vida, grupo focal e entrevista isolada em profundidade, no sentido de apresentar o fenômeno com mais densidade e complexidade. Na maioria dos relatos, independente do extrato social, o sofrimento psíquico foi relacionado às dificuldades socioeconômicas do país, às dúvidas acerca do futuro das Ciências Sociais no Brasil, ao medo do desemprego, ao isolamento acadêmico, à forte competitividade, à cultura organizacional do próprio Programa e às exigências produtivistas, caraterísticas da sociedade contemporânea.
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