As características climáticas de uma região podem ser consideradas cruciais para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos sustentáveis, uma vez que construções projetadas para o clima local propiciam a redução da demanda energética, tanto no verão quanto no inverno. Deste modo, o artigo tem como objetivos determinar o ano climático de referência (TRY) para o município de Tangará da Serra, Mato Grosso; desenvolver a carta bioclimática a partir dos dados do ano correspondente e comparar os resultados aos oriundos das normais climatológicas. Para isto, realizou-se o tratamento dos dados históricos provenientes de registros das estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e do Centro Tecnológico de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto aplicado à produção de biodísel – CETEGEO-SR; instaladas na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, em Tangará da Serra; sendo elaborados gráficos e tabelas a partir dos mesmos, de modo a compor a interpretação dos resultados atingidos. Como resultados, obteve-se o ano de 2009 como o ano climático de referência, e os valores percentuais correspondentes as zonas bioclimáticas em que o município encontra-se inserido em relação a este ano. Assim, pode-se concluir que o munícipio apresenta condições climáticas confortáveis, estando inserido na Zona 01 (Conforto) em 53,36% horas/ano. Identificou-se como principais estratégias: a ventilação natural (26,36% horas/ano), a ventilação natural associada à alta inércia térmica e o resfriamento evaporativo (16,49% horas/ano). As conclusões foram semelhantes as atingidas com as normais climatológicas, dado que as principais estratégias bioclimáticas evidenciadas por esta foram iguais as propostas com a utilização do TRY.