Resumo Objetivo: analisar os fatores associados ao abandono do aleitamento materno exclusivo em mães adolescentes durante os primeiros seis meses de vida do bebê. Método: trata-se de um estudo de coorte com 105 mães adolescentes acompanhadas aos dois, quatro e seis meses de vida de seus filhos. Uma abordagem epidemiológica, apoiada por um paradigma positivista, foi adotada. As variáveis de exposição escolhidas foram aquelas diretamente relacionadas ao aleitamento materno e a condições sociodemográficas, familiares, maternas e infantis. Os dados usados foram coletados através de entrevistas e analisados por estatísticas bivariadas e multivariadas. A razão de risco (RR) foi calculada com um intervalo de confiança de 95% (IC95%). Os testes foram realizados, admitindo um erro tipo I de 5%. A confidencialidade dos dados foi garantida. Resultados: as incidências acumuladas de abandono do aleitamento materno exclusivo foram de 33,3%, 52,2% e 63,8%, aos dois, quatro e seis meses de vida dos bebês, respectivamente. As variáveis que permaneceram no modelo multivariado final foram percepção materna da qualidade de seu leite (HR=11,6; 95% IC 3,6-37,5), uso de chupeta (HR=1,9; 95% IC 1,2-3,3) e tempo de primeira sessão de aleitamento materno depois do nascimento (HR=1,4; 95% IC 0,5-12,9). Conclusão: a maior taxa de abandono ocorre antes do quarto mês de vida dos bebês. Mães adolescentes que julgaram seu leite como ruim e bebês que usam chupeta são fatores que favorecem o abandono do aleitamento materno exclusivo. A determinação dos fatores associados ao abandono do aleitamento materno pode permitir sua gestão oportuna, especialmente em populações mais vulneráveis.