Utilizar espaços internos é inerente aos seres humanos, que passam, em média, a maior parte do tempo nesses locais. As salas de aula são alvo de crescente preocupação científica sobretudo quando submetidas a baixas taxas de renovação de ar. O dióxido de carbono é, tradicionalmente, considerado um indicador da qualidade do ar interior (QAI). No ambiente escolar, altas concentrações desse gás estão relacionadas à diminuição da cognição e do desempenho dos estudantes. O objetivo deste estudo foi fazer uma revisão da literatura de artigos que tratam da QAI e dos níveis de CO2 em salas de aula com ventilação natural. A metodologia adotada foi a Revisão Sistemática da Literatura (RSL). Realizou-se uma seleção de artigos junto ao Portal de Periódicos da Capes e ScienceDirect, que resultou na inclusão e análise de 34 artigos. Como resultados, observou-se que, frequentemente, as salas de aula operam com concentrações médias de CO2 superiores a 1000 ppm, bem como, uma significativa relação pico-média, o que indica a baixa eficiência da renovação de ar. Os trabalhos indicaram que a ação dos usuários, por meio do julgamento subjetivo e do comportamento adaptativo, influenciou o aumento dos níveis desse gás, assim como a abertura de janelas e portas nos intervalos de aula não foi suficiente para manter a qualidade recomendada. Essa temática ganhou relevância devido à pandemia do COVID-19 em 2020, em que ficou evidente a necessidade de estratégias adequadas para a dispersão dos contaminantes.