Caminhos percorridos por transexuais: em busca pela transição de gênero

Abstract

RESUMO Este estudo teve como objetivo descrever os caminhos percorridos por transexuais, visando conhecer seus itinerários na busca por atendimento às suas necessidades e demandas em saúde. Como percurso metodológico, realizou-se um estudo exploratório com abordagem qualitativa, tendo por referência teórica os Itinerários Terapêuticos (IT). Foram realizadas entrevistas com sete transexuais. A partir dessas, foi possível identificar alguns marcos nos IT dos(as) entrevistados(as), tais como o ‘reconhecimento como trans’ e a ‘rede de cuidados em saúde: em busca da modificação corporal’. Acredita-se que este estudo permitiu dar visibilidade à trajetória de pessoas transexuais, considerando suas vivências, seus conflitos e dificuldades para conseguirem alcançar sua identidade de gênero. Além disso, foi possível perceber como a transexualidade é, ainda, uma condição não vista por profissionais de saúde e gestores da Rede de Atenção à Saúde, como também por parte de pessoas do convívio social. Isso sinaliza para a importância deste estudo em pelo menos três aspectos: social, político e de saúde.

Revisão sistemática sobre a atenção à saúde para travestis e transexuais no Brasil

“… It was evident that there is a need for greater integration between the different social segments and health services, the qualification of professionals to guarantee the reception of transvestites and urgent reflection on the discriminatory nature of the specialized services implemented by SUS, even though it is a door for transvestites to enter the health system. Hanauer e Hemmi 34 2019 MG 4 transgender men and 3 transgender women. To describe the paths traversed by transsexuals, aiming to know their itineraries in the search for meeting their health needs and demands.…”

“…This aversion soon emerges within the family, when transvestites and transsexuals in search of recognition of their gender identities are not accepted by the family itself. This non-acceptance also occurs on the part of people from social circles 22 , 34 . In addition, more than structural, transvestitephobia and transphobia are also institutional violence, that is, they are present in institutions such as the SUS.…”

“…Due to professional unpreparedness, and the discriminatory acts experienced within SUS establishments already pointed out in the results of this article, transvestites and transsexuals avoid seeking care in these institutional spaces 22,29,[32][33][34] . Faced with these violations, a minority of transvestites and transsexuals opt for private assistance, but most cannot afford a health plan, becoming dependent on alternative self-care practices, on the support of people in the social network or religious spaces of African origin, or body transformations without proper professional follow-up 26,29,32 .…”

“…are not yet prepared to assist transvestites and transsexuals; and social participation, because transvestites and transsexuals need to exercise social control to access and remain in health services, and to demand the creation of specific services to offer transsexualizing procedures 30,32,34 .…”

Evidências científicas sobre o acesso aos serviços de saúde pela população LGBTQI+: Revisão de escopo

“…LGBTQI+, homens gays, bissexuais e mulheres transgêneros podem precisar mais de cuidados de saúde relacionados ao HIV, incluindo tratamento para aqueles que vivem com HIV e acesso a cuidados preventivos, como profilaxia pré-exposição (PrEP), uma pílula diária que reduz significativamente o risco de infecção pelo HIV (Moura et al (2010). Pessoas transgênero em acompanhamento de saúde integral podem buscar acesso a bloqueadores da puberdade, terapia de reposição hormonal (TRH) ou cirurgias de afirmação de gênero como parte de sua transição (Hanauer & Hemmi, 2019).…”