O linfoma representa cerca de 80% dos tumores hematopoiéticos nos felinos, sendo diagnosticado através de análises citopatológicas, histopatológicas e imunohistoquímicas. A classificação segue a localização anatômica (gastrointestinal, mediastínico, nodal e extranodal) e o grau (baixo, intermediário e alto). Assim, objetivou-se relatar um caso raro de linfoma em felino doméstico, macho, 8 anos, não vacinado, não castrado, semi-domiciliado e oriundo de comunidade socialmente vulnerável. Ao exame clínico, o felino apresentou condição corporal magro, apatia, desidratação, mucosas hipocoradas, linfonodos submandibulares e retrofaríngeos reativos, secreção ocular bilateral, exoftalmia, lesão e edema na face, prolapso de terceira pálpebra, nódulos cutâneos difusos e evidência de dor. A partir de exames laboratoriais, foi confirmado que o felino era positivo para FIV, FeLV e calicivirus, foram identificados fungos e bactérias na amostra ocular, no hemograma observou-se anemia, trombocitopenia, leucopenia e linfopenia. O paciente veio a óbito após a abordagem inicial, sem que tenha sido estabelecido protocolo terapêutico para o tratamento da neoplasia. O diagnóstico após exame histopatológico do tumor foi linfoma folicular de terceira pálpebra, com a presença de células linfocíticas neoplásicas com pleomorfismo moderado e escasso citoplasma distribuídas em frouxo tecido conjuntivo. O linfoma folicular em terceira pálpebra de felinos é raro, entretanto, é provável que animais semi-domiciliados, sem imunização vacinal sejam mais propensos a desenvolver este tipo de neoplasia por ação oncogênica viral associada a co-infecção por FIV e FeLV.