Características demográficas e audiológicas da população pediátrica de um centro de referência em saúde auditiva de São Paulo

Abstract

Introdução: A criação de políticas públicas regulamentando ações na atenção básica de promoção à saúde auditiva, prevenção e identificação de problemas auditivos, garante a reabilitação, dando proteção às pessoas com deficiência. Objetivo: Caracterizar os dados demográficos e audiológicos dos usuários de um centro de referência em saúde auditiva, do município de São Paulo. Método: Trata-se de estudo de caráter descritivo e retrospectivo, desenvolvido no Centro Audição na Criança (CeAC/DERDIC/PUCSP). Foram analisados 857 prontuários de pacientes que compareceram para avaliação audiológica e concluíram o diagnóstico, entre agosto/2010 e junho/2015. Foram extraídos os seguintes dados dos prontuários: sexo, data de nascimento, zona de moradia, realização da triagem auditiva neonatal (TAN), indicadores de risco para deficiência auditiva na história da criança, origem do encaminhamento, idade na primeira consulta, idade na finalização do diagnóstico audiológico e resultado do mesmo. Resultados: 64,2% das crianças atendidas residem na região Sul de São Paulo; 2 meses foi a idade média no início do diagnóstico; 54,8% das queixas foi suspeita de perdas auditivas seguida da necessidade de diagnóstico por falha na TAN (29,6%); 57,8% das crianças realizaram a TAN; 50,2% finalizaram o diagnóstico com idade superior a um ano, seguida pelas crianças de 0 à 3 meses (18,4%); o diagnóstico encontrado nas crianças foi de 22,4% de perdas auditivas sensórioneurais bilateralmente, 17,7% de perdas condutivas. Conclusão: A maioria da população atendida se origina em queixas de perdas auditivas e não pela demanda proveniente das maternidades que realizam a TAN. Nota-se ainda que o referido centro atende a população de sua área de referência.

Processo do diagnóstico audiológico de bebês após a falha na triagem auditiva neonatal

“…Em relação as crianças que apresentam pelo menos um indicador de risco (54,4%), a permanência na UTI por mais de cinco dias aparece como maior ocorrência, dado que corrobora com diversas literaturas 10,16,17 . Notou-se que a maioria das crianças que permaneceram na UTI e fizeram uso de medicamentos ototóxicos eram bebês de baixo peso e/ou utilizaram ventilação mecânica.…”

Análise de um programa de saúde auditiva infantil ambulatorial: da triagem ao encaminhamento para reabilitação

“…Essa realidade também foi constatada em outro estudo, na Universidade do Vale do Itajaí, pois 15,38% dos participantes concluíram o diagnóstico com três meses e 34,61%, após os 24 meses de idade (21) . Por último, uma pesquisa, em São Paulo, em que 18,4% crianças foram diagnosticadas na idade recomendada pela literatura (22) . Entretanto, em uma pesquisa realizada em Curitiba, o programa conseguiu atingir o índice da idade do fechamento do diagnóstico, preconizado pelas Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal, até o terceiro mês de vida (12) .…”

Neonatal hearing screening programs: quality indicators and access to health services

“…Access to the Child Hearing Health Care Network presents obstacles with an evasion above expectations and children with late ages in the stages of diagnosis and intervention in developing countries, 4,6,28 in addition, in Brazil, there are regional differences regarding the offer of services and specialized professionals, directly impacting access. 8,15,16,24 On the other hand, developed countries have better indicators regarding access to hearing health services, 4 such as the United States, which has universal coverage of screening and ages of diagnosis and intervention of around 2 and 3 months, respectively.…”