Caracterização da voz do indivíduo portador de obesidade mórbida

Abstract

INTRODUÇÃOA voz é o produto do ar expirado pelos pulmões que se sonoriza nas pregas vocais modificado pelas cavidades de ressonância como faringe, cavidade oral e nasal e por estruturas como lábios, língua e palato.A fonação é ato físico de produção do som por meio da interação das pregas vocais com a corrente de ar exalada. Os puffs de ar são liberados em frequência audível, ressoando nas cavidades supraglóticas. Os atributos da voz normal são: "pitch" (sensação subjetiva da frequência) adequado à idade e sexo; "loudness" (sensação subjetiva da intensidade) adequado ao ambiente; "qualidade agradável" e sem ruídos (relativo à ressonância e ruídos glóticos); "flexibilidade" com expressões de ênfase; "significado e sutilezas" (interação de todos os anteriores).A disfonia é, por definição, um sintoma caracterizado como "dificuldade na emissão da voz com suas características naturais" 16 .Parte importante da abordagem fonoaudiológica é a avaliação perceptivo-auditiva da voz que pode ser de fundamental importância para o diagnóstico correto e tratamento mais adequado. A avaliação perceptivo-auditiva é a clássica da qualidade vocal, tradicional da rotina clínica 5 . Segundo Colton, et al. 7 , é apropriado fazer um julgamento perceptual da qualidade vocal, porém tais julgamentos devem ser feitos com cautela.Na tentativa de se diminuir a subjetividade da avaliação perceptivo-auditiva e conseguir-se padronização, algumas escalas foram criadas. A japonesa (GIRBAS), é baseada nos trabalhos sobre rouquidão 10,11 . Em 1996, Dejonckere, et al. 8 propuseram que se acrescentasse o fator I, de instabilidade. Esta escala GIRBAS é particularmente centrada em nível laríngeo e oferece avaliação rápida, compacta e confiável, tendo-se transformado na mais utilizada internacionalmente. Ela é método simples de avaliação do grau da disfonia (G) pela identificação de quatro parâmetros isolados: rouquidão -irregularidade de vibração das pregas vocais (R-roughness); instabilidade -flutuação na qualidade vocal (I-instability); soprosidade -escape de ar transglótico não sonorizado (B-breathness); astenia -fraqueza vocal, perda de potência com harmônicos pouco definidos (A-asteny);

Neck Circumference and Vocal Parameters in Women Before and After Bariatric Surgery

“…This result can be explained by the presence of fat in the neck in obese individuals, which predisposes the increase in type II muscle fibers in the dilator muscles of the upper airways, causing lower respiratory muscle strength [17] and difficulty in mobilizing the airflow to the same degree as in non-obese individuals. This configuration may explain the imbalance between the myoelastic and aerodynamic forces of the larynx and result in reduced MPT [18].…”

Sintomas vocais de futuros profissionais da voz

“…A study comparing two groups of teachers, one that attended vocal health workshops and other that did not participate, found an average of 3.5 vocal symptoms in participants and 5.8 in non-participants 16 . Another study, (Table 4), as well as for increased weight and number of symptoms (Table 5), contradicting this finding in the literature 23 . There was also no major impact on any of the subscales assessed (Table 8).…”

“…BMI was determined according to the selfreported anthropometric data collected with the questionnaire, to learn how adipose tissue accumulation could affect nasopharynx, oropharynx, larynx, tongue and soft palate on respiratory and vocal functions 23 . This was made by dividing the value of body weight in kilograms by the square of height in meters (BMI = kg / m²).…”

“…Physical, social, environmental, organizational, and psychological factors are known to also affect or predispose to the onset of vocal changes 22 . Improper vocal use, overall health conditions, anthropometric factors, and individual susceptibility may also favor the appearance of dysphonia 16,23,24 . Studies suggest that the prevalence of some degree of dysphonia in individuals that use their voice at work can reach 80.7% 19,25,26 .…”

Qualidade de vida em voz de crianças eutróficas, com sobrepeso e obesas

“…A voz faz parte dos componentes da linguagem oral e das relações interpessoais, portanto, produz impacto na qualidade de vida dos indivíduos (PENTEADO; BICUDO-PEREIRA, 2003;GRILLO;PENTEADO, 2005). Devido à possibilidade de deposição anormal de tecido adiposo nos órgãos fonoarticulatórios como faringe, laringe, língua, úvula e palato mole, e da interferência na função respiratória, acredita-se que a obesidade possa influenciar nos três níveis da produção vocal, respiratório, fonatório e ressonantal ou articulatório (CUNHA et al, 2009;TEIXEIRA et al, 2009). Além disso, o acúmulo de tecido adiposo na parede abdominal e torácica pode produzir um peso excessivo no diafragma, causando alteração em sua movimentação.…”