Cartas e carta do leitor: o que diz a literatura sobre o tema

Abstract

RESUMO: Este artigo enceta uma discussão a respeito do gênero carta do leitor na mídia impressa, considerando seu funcionamento linguístico-discursivo na esfera comunicativa em que circula. Fundamentado na literatura científica sobre o tema, este trabalho estabelece uma interface entre as áreas da Linguística e da Comunicação Social, de modo a compreender o gênero de uma maneira mais complexa. Para tanto, aborda-se a carta em seus usos sociais ao longo do tempo; os aspectos constitutivos da esfera jornalística e do chamado jornalismo opinativo e, por fim, discute-se a carta do leitor na contemporaneidade, destacando-se suas principais características.Palavras-chave: Cartas; Carta do leitor; Jornalismo opinativo.ABSTRACT: This article contains a discussion about the letter from reader in the print media, considering its linguistic-discursive functioning in the communicative sphere in which it circulates. Based on the scientific literature on the subject, this work establishes an interface between the areas of Linguistics and Social Communication, in order to understand the genre in a more complex way. For that, the letter is addressed in its social uses over time; the constitutive aspects of the journalistic sphere and the so-called opinionated journalism, and finally, the letter from reader is discussed in the contemporaneity, highlighting its main characteristics.

aquisição da competência metagenérica na escrita de uma carta de leitor

“…A noção de gêneros adotada nesta pesquisa conjuga as perspectivas sócio-histórica e dialógica (BAKHTIN, 2010(BAKHTIN, [1992); pragmática, sociocultural e sociocognitiva (MILLER, 1984(MILLER, , 1994BAZERMAN, 1988BAZERMAN, , 1997BAZERMAN, , 2014BAZERMAN, [2004; PRIOR, 2005); e sociointeracionista (BRONCKART, 1987(BRONCKART, , 2003(BRONCKART, [1996(BRONCKART, ], 2007(BRONCKART, [1999(BRONCKART, ], 2005(BRONCKART, , 2006, a fim de aplicar as contribuições dessa composição teórica ao gênero carta de leitor (MELO, 1999;COSTA, 2005;UEDA, 2006;ANDRADE, 2010;BEZERRA, 2010;NUNES, 2017NUNES, , 2018NUNES, , 2019ALMEIDA;CAVALCANTI, 2019). Além das premissas bakhtinianas, a serem, na sequência, apresentadas, antecipamos que nossa afiliação teórica vincula-se, igualmente, a uma concepção de gênero que se manifesta por meio de formas específicas de semiotização (BRONCKART, 2007(BRONCKART, [1999), emergentes de quadros de atividade social (MACHADO, 2005), funcionando, concomitantemente, como "construto social que regulariza a comunicação, a interação e as relações" (BAZERMAN, 1988, p. 62); fenômeno de reconhecimento psicossocial (BAZERMAN, 2014(BAZERMAN, [2004); forma cultural e cognitiva de ação social (MILLER, 1984); artefato cultural (MILLER, 1984(MILLER, , 1994); e, especialmente, mediadora de atividades sociais, por meio de artefatos mediadores PRIOR, 2005).…”