Introdução: As causas externas possuem grande impacto na morbimortalidade infantil, sobretudo por se tratar de causas evitáveis. Quando há a necessidade de assistência em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), esta população pode evoluir para gravidade e instabilidade clínica, bem como desfechos desfavoráveis ao processo de hospitalização. Objetivo: Analisar internações por causas externasassociando com variáveis de gravidade e tempo de internação, em uma UTIP no Paraná. Métodos: Estudo transversal, com internações de crianças e adolescentes menores de 15 anos, admitidos entre 2012 e 2017, com diagnóstico de causas externas. As variáveis dependentes incluíram necessidades de drogas vasoativas, sedoanalgesia e ventilação pulmonar mecânica, diagnóstico de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), tempo de internação na UTIP e hospitalar, e óbito. Foi considerado nível de significância de 5%, com cálculo da razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança (IC 95%) por meio da Regressão de Poisson. Resultados: Foram admitidas no período 1122 crianças, sendo 145 vítimas de causas externas, representando 13,1% das admissões, predominando em meninos, crianças acima de seis anos e sem diagnóstico de doença crônica. As admissões mais frequentes decorreram de traumas, e houve menor prevalência de IRAS (RP=0,59; IC95%0,39-0,88), menor tempo de internação da UTIP (≤ 4 dias) (RP=0,71; IC95% 0,56-0,91) e no hospital (≤ 11 dias) (RP=0,70; IC95% 0,56-0,89), e menor frequência de óbito (RP=0,33; IC95% 0,17-0,67) entre essas vítimas. Conclusão: A vítimas de causas externas apresentaram menor prevalência de possíveis desfechos desfavoráveis em relação às demais admissões.