Objetivo: descrever a incidência de casos de câncer nas vítimas diretas do acidente Grupo I e II e comparar com as taxas de incidência de câncer na população de Goiânia. Método: Estudo descritivo da coorte de pacientes diretamente expostos e contaminados (Grupos I e II), no acidente com Césio 137, ocorrido em Goiânia (Brasil), em 1987. Descrevemos os casos incidentes de neoplasia maligna diagnosticados no período entre 1988 e 2017. Foram calculados a razão das taxas de incidência e os intervalos de confiança de 95% (IC95%), segundo o sexo na população de estudo. Resultados: No período de 30 anos (1987-2017), ocorreram sete casos de câncer, em seis vítimas diretas do acidente pelo césio-137. Desses, cinco ocorreram em homens (esôfago [1], próstata [3] e bexiga [1]) e dois, em mulheres (mama [1] e melanoma da pele [1]). As taxas de incidência acumulada nas vítimas diretas do Césio-137 foram de 327,9/100,000 entre homens e de 148,6/100,000 entre as mulheres. Na população de Goiânia, as taxas foram de 221,4/100,000 e 231,2/100,000 em homens e mulheres, respectivamente. As razões das taxas de incidência bruta (vítimas diretas do Césio-137/população de Goiânia) foram 1,5 (IC95%:0,4;5,9) em homens e 0,6 (IC95%:0,1;3,8) em mulheres, não houve diferenças estatisticamente significativas. Conclusão: A incidência de câncer nas vítimas diretas do acidente pelo Césio 137 (Grupos I e II), segundo o sexo, não foi diferente da população não exposta ao Césio-137 do município de Goiânia; portanto, o risco de câncer foi semelhante ao da população geral do Município de Goiânia.