RESUMO Objetivo: avaliar a concordância dos diferentes parâmetros urodinâmicos comparados à cistometria simplificada, permitindo uma diminuição na relação custo-benefício no diagnóstico da incontinência urinária de esforço (IUE) na mulher.
Métodos: foram coletadas e avaliadas retrospectivamente as informações contidas dos prontuários de trinta pacientes acompanhadas, no período de janeiro de 2000 a março de 2001. Todas foram submetidas a exame físico geral e ginecológico. O estudo urodinâmico foi realizado pela técnica convencional, utilizando-se aparelho Dynograph Recorder R-611. A cistometria simplificada foi realizada com auxílio de um equipo em "Y" de PVC (pressão venosa central), conectado a um sonda de Foley 14 F, que permitia tanto a infusão de soro fisiológico como a captação da pressão intra-vesical. Foram analisados os parâmetros: volume residual, capacidade vesical, complacência, presença de contrações involuntárias do detrusor e perdas urinárias aos esforços. Para determinação da proporção de concordância entre os métodos foram utilizados o teste de concordância de Pearson e o teste de (p < 0,01). A média de capacidade vesical máxima no estudo urodinâmico foi de 440,5 ml, enquanto que, na cistometria simplificada, foi de 387 ml (p < 0,05 13,14 . Avaliações preliminares sugerem que a propedêutica uroginecológica, associada à cistometria, é opção a ser considerada na avaliação clínica e pré-operatória de pacientes com IUE em substituição à urodinâmica convencional, particularmente onde esta última não se encontra disponível. Trata-se de exame acessível e de considerável sensibilidade para a detecção de contrações vesicais involuntárias, além de proporcionar ao examinador noções fidedignas da complacência vesical e da atividade vesical 6,7 . Este trabalho tem por objetivo avaliar a concordância dos diferentes parâmetros urodinâmicos em relação à cistometria simplificada, bem como determinar suas limitações quando comparada à urodinâmica convencional.
Pacientes e MétodosForam coletadas e avaliadas retrospectivamente as informações contidas dos prontuários de trinta pacientes acompanhadas no Serviço de Uroginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Botucatu -UNESP, no perío-do de janeiro de 2000 a março de 2001. Tais pacientes eram portadoras de incontinência uriná-ria de esforço, caracterizada por perdas urinárias aos mínimos esforços como tossir, espirrar ou durante atividades físicas leves como subir escadas ou caminhar depressa. Tais queixas foram confirmadas pela demonstração objetiva da perda urinária durante o exame físico, solicitando-se à paciente que realizasse a manobra de Valsalva. Todas as pacientes foram submetidas a exame físi-co e ginecológico completos, estudos urodinâmicos e cistométricos. Nenhuma delas havia sido submetida à cirurgia prévia para tratamento de incontinência urinária.O estudo urodinâmico foi realizado pela téc-nica habitual, com a paciente em decúbio dorsal, empregando-se aparelho Dynograph Recorder R-611. Inicialmente foi realizada fluxometria obt...