“…No entanto, essa concepção originária de 'psicologia fenomenológica' foi sendo esquecida e deixando de ser tematizada pelos psicólogos (Goto, 2015;Goto, Holanda & Costa, 2018), principalmente com a 'recepção' e 'circulação' da fenomenologia nos EUA (Branco, 2014), por um ladorecepção esta que se deu, inclusive pelos clínicos da época, que se apropriaram de tais conceitos, buscando fontes diversas disponíveis, e que acabaram elaborando entendimentos próprios e aplicações distintas do modo de pensamento original dos fenomenólogos (Spiegelberg, 1972)e, por outro lado, pelo distanciamento progressivo dos psiquiatras e psicólogos europeus, do projeto husserliano, em direção a outros modos de compreensão da fenomenologia (Spiegelberg, 1972;Gomes & Castro, 2010;Holanda, 2014;Portugal & Holanda, 2018). Esses entendimentos e aplicações constituíram, assim, principalmente na psicologia clínica, algumas das ditas 'abordagens humanistas/existenciais-fenomenológicas', enquanto na pesquisa psicológica empírica surgiu a denominada 'pesquisa qualitativa fenomenológica' ligada ao grupo de psicólogos associados à Duquesne University (Giorgi, 1985;DeCastro & Gomes, 2011;Branco, 2014), mas que seguiram rumos discordantes dos da própria psicologia fenomenológica de Husserl (Goto, 2015;Reis, Holanda, & Goto, 2016).…”